Esse é o maior patamar desde a crise do governo Dilma, em 2015 e 2016, quando a taxa também alcançou 14,25%. A ex-presidente sofreu impeachment em agosto de 2016.
No comunicado, o comitê informa que a expectativa é uma nova alta para a próxima reunião, porém, em um nível menor do que este, de um ponto percentual.
O anúncio desta quarta-feira (19) representa a quinta alta seguida na Selic. O BC está preocupado com a inflação num cenário de economia aquecida. No ano passado, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 3,4%.
Para definir os juros, o BC atua com base no sistema de metas de inflação. Se as projeções estão em linha com a meta, de 3% ao ano, é possível baixar os juros. Se estão acima, a tendência é de manutenção ou alta da Selic.
Com a inflação em alta, a instituição tem optado por aumentar a Selic. De acordo com o BC, os motivos da inflação são:
a resiliência do nível de atividade;
o mercado de trabalho aquecido;
a alta de gastos públicos; e
o cenário internacional, que tem pressionado o dólar.
Segunda reunião de Galípolo no BC
Essa é a segunda reunião do Copom chefiada pelo novo presidente da instituição, Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele assumiu em janeiro deste ano.
Também é o segundo encontro no qual os diretores indicados pelo presidente Lula são maioria no colegiado, ou seja, são responsáveis diretos pela decisão tomada.
Com a autonomia operacional do BC aprovada pelo Congresso Nacional, e válida desde 2021, os diretores da instituição passaram a ter mandato fixo.
Até o fim do ano passado, tanto o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, como a maioria da diretoria eram indicados do ex-presidente Jair Bolsonaro.