Dia do Folclore: conheça histórias de moradores do DF que mantém tradições vivas


Data é comemorada nesta quinta-feira (22). Artistas e professores de Brasília contam como
usam manifestações populares para preservar passado. Conheça cultura do folclore no Distrito Federal
Webert Da Cruz
O Dia do Folclore brasileiro é comemorado nesta quinta-feira (22). Apesar da tradição, será que as pessoas ainda lembram das histórias que fazem parte do identidade do Brasil❓
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Quem nunca ouviu falar no Saci ou dançou quadrilha? Essas representações fazem parte do vasto e rico conjunto de manifestações populares que também é conhecido como folclore, explica o escritor Edson Carneiro.
Para comemorar a data, o g1 buscou as tradições e os responsáveis por manter a cultura viva no Distrito Federal. Segundo Carneiro, folclore é o modo de sentir, pensar e agir que surge organicamente de pequenos grupos.
Folclore em quadrinhos 📖
Quadrinista retrata personagens do folclore vivendo nos tempos atuais na HQ “Sétimos Filhos”
Lorena Herrero
Em Brasília, grupos que vieram do Norte do país para a “nova capital” contribuem para manter o folclore vivo. O Boi de Seu Teodoro de Sobradinho, o Seu Estrelo e o Fuá de Terreiro, e Martinha do Coco com suas rodas de samba no Paranoá são alguns exemplos.
Mas o quadradinho também tem sua própria história. A quadrinista brasiliense Lorena Herrero estuda há mais de 7 anos. Grande parte do estudo dela surgiu como inspiração para a história em quadrinhos “Sétimos Filhos”, em que a artista busca valorizar a cultura popular e trazer profundida a lendas não tão conhecidas.
Os protagonistas da história são bruxas e lobisomens brasileiros. A ideia é fugir do que aprendemos da cultura americana, que está tão enraizada na nossa mente. O nome “Sétimos Filhos” vem da lenda que diz que todo sétimo filho do sexo masculino de um casal vira lobisomem.
Para Lorena, o folclore nunca deixou de ter relevância. A quadrinista acredita que as pessoas se referem ao folclore sem perceber a origem de tais elementos.
“Entender essas coisas como cultura popular é bom para tirar a ideia de que o folclore é antiquado, que parou no tempo. Folclore é justamente essas coisas que estão no nosso cotidiano hoje e fazem parte da nossa vida”, ressalta Lorena.
Lobisomem brasileiro é protagonista de história em quadrinhos
Lorena Herrero
Folia de Seu Estrelo🎶
Considerado Patrimônio Imaterial do DF, Seu Estrelo e Fuá de Terreiro comemora 20 anos de existência. Em 2004, a ideia de Tico Magalhães era trazer uma brincadeira popular e uma tradição para a capital do país.
O samba pisado e as fantasias brilhantes, idealizado pelo grupo, é atualmente referência no país e material de estudo dos alunos de escola pública do DF. Seu Estrelo inventou sua própria mitologia e a propagou para uma nova geração de brasilienses.
“Ter virado patrimônio é reconhecimento de um trabalho e de uma resistência. É muito bom ver a cidade se reconhecer através de uma brincadeira, que se torne um estímulo para Brasília criar suas próprias tradições”, ressalta o idealizador do grupo, Tico Magalhães.
Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro leva elementos do cerrado para o imaginário popular
Bruno Jungmann
Tico acredita que a relevância do folclore, das suas lendas, músicas e danças consegue ultrapassar a ficção.
“A importância do Folclore é a gente entender que a vida é feita do real, mas também do imaginário. Por esse imaginário nos podemos mudar nossa realidade”, reforça o músico.
Lenda do Boi-Bumbá como forma de aprendizado 🐂
Alunos da CEE 01 em apresentação sobre a lenda do boi-bumbá
Ana Lúcia
Em Taguatinga, o boi-bumbá e a tradicional festa comemorada no Norte e Nordeste do país também seguem viva. Professores do Centro de Ensino Especial (CEE) 01 usam a lenda para auxiliar na aprendizagem dos alunos.
O projeto, hoje no comando da professora Ana Lúcia Moraes, existe desde o surgimento da escola, com o objetivo de enaltecer a cultura brasileira e ensinar valores aos alunos por meio da arte. A escola, que atende alunos PCDs de várias faixas etárias, é conhecida por apresentar o boi-bumbá em outras instituições do DF.
Os professores acreditam que a lenda do boi-bumbá aumentou a autoestima dos alunos que, por meio das apresentações, se sentem confiantes para enfrentar as adversidades do dia a dia. Segundo Ana Ester Soares, vice-diretora da CEE 01, é fundamental o uso da arte e da cultura para ensinar valores para os estudantes.
“Temos que resgatar o folclore, dar valor para a cultura brasileira, para o que é nosso. A arte tem o poder de mudar o mundo e eu percebo a felicidade que a cultura traz para nossos alunos”, ressalta a vice-diretora
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