Tabata diz que Justiça decidirá se Marçal cometeu crime eleitoral após ação do PSB para suspendê-lo: ‘Tem toda a cara de caixa 2’


A candidata do PSB à Prefeitura de São Paulo falou com comerciantes e eleitores da região e pediram para que eles lessem o plano de governo. Comentou ainda sobre propostas para o transporte público, fez críticas a seus adversários e afirmou sua pretensão de visitar todos os distritos da cidade na campanha. Tabata Amaral, candidata do PSB à prefeitura de São Paulo
Aline Freitas/g1
A candidata à Prefeitura de São Paulo, Tabata Amaral (PSB) afirmou nesta terça-feira (20) que caberá à Justiça decidir se o adversário Pablo Marçal (PRTB) cometeu crime eleitoral depois de seu partido ter ingressado com ação por suspeita de abuso de poder econômico.
O Ministério Público Eleitoral (MPE) solicitou ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) a suspensão do registro da candidatura de Marçal. Até a última atualização desta reportagem a Justiça não havia tomado uma decisão.
“No caso do Marçal é muito grave, dizem alguns especialistas que estamos falando de ‘caixa 2’”, falou Tabata à imprensa durante agenda de campanha no Tatuapé, Zona Leste de São Paulo. “Agora, obviamente, vai caber à Justiça, não é meu papel dizer se ele cometeu algum crime eleitoral ou não, mas tem toda a cara de ‘caixa 2’”.
Em caso de condenação, a Justiça eleitoral pode suspender o registro do candidato e tornar Marçal, que é influenciador digital, inelegível pelo período de oito anos. Segundo a denúncia feita pelo MPE, o influencer cometeu abuso de poder econômico ao propagar corte de vídeos nas redes sociais.
Em outras palavras, Marçal é acusado de arregimentar pessoas e meios eletrônicos para divulgar gravações com ataques a adversários que estão sendo compartilhadas, tendo milhões de visualizações. A lei eleitoral proíbe a contratação de pessoas físicas ou jurídicas para fazer publicações de cunho político e eleitoral em seus perfis nas redes sociais.
“O Marçal está pintando e bordando e acho que ficou muito claro no debate de ontem que só eu tenho coragem de enfrentá-lo”, comentou Tabata sobre o debate do qual participaram na segunda-feira (19) na revista Veja. Além dela, Maria Helena (Novo) também debateu as ideias de campanha.
Em sua agenda de campanha nesta terça, Marçal negou crime eleitoral.
Aos jornalistas que a acompanhavam nesta terça, Tabata criticou a postura de dois de seus adversários na corrida pela prefeitura, Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB), por não terem ido ao debate da Veja.
“O Nunes e o Boulos decidiram não ir ao debate, não era porque o Marçal estava tumultuando, é porque eles estavam perdendo”, afirmou Tabata. “A gente precisa tomar cuidado porque esse discurso é muito conveniente pro Nunes e pro Boulos que agora são amiguinhos, né? Estão jogando combinado”.
Tabata não mencionou o nome de José Datena (PSDB), que também não foi ao debate da revista. No período das pré-candidaturas, Datena chegou a ser cotado para ser vice de Tabata, até decidir concorrer pelo cargo de prefeito.
Durante a agenda de campanha, Tabata, que é deputada federal, conversou com eleitores, comerciantes e tomou café.
Ela estava acompanhada de Lúcia França (PSB), sua candidata a vice e mulher de Márcio França (PSB), ministro do governo do presidente Lula (PT). Além de Lúcia, alguns candidatos a vereador como Itamar Tavares e Jady Veríssimo, ambos do PSB, também acompanharam Tábata.
A candidata passou, primeiramente, em uma padaria onde tomou um rápido café, conversou com eleitores e com o dono do estabelecimento que se incomodou com o tumulto. Durante a visita ao restaurante, enquanto Tabata caminhava pelo local, Lúcia França se manteve mais contida na mesa e chegou a furar a fila para sair da padaria.
Tabata continuou a manhã visitando principalmente comércios grandes e de rede na região, como uma loja do Boticário e a unidade do Tatuapé da Mano’s Doces.
Em um dos poucos comércios pequenos em que parou, uma eleitora se emocionou com a presença de Tabata. “Vou te pedir uma coisa, reza muito pela gente”, pediu a candidata.
Durante os 700 metros que percorreu a pé, a deputada falou com eleitores que tinham reclamações voltadas a mobilidade e transporte. Os comerciantes reclamavam, principalmente, do aumento das compras online e do baixo movimento pelo centro comercial.
A todos, Tabata pediu para que lessem seu plano de governo para entender suas promessas.
Quando chegou ao seu último destino, a estação Tatuapé do Metrô, a candidata foi surpreendida por um rap improvisado em sua homenagem e por um homem que a fez escolher entre Lula e Bolsonaro. “Nem Lula e nem Bolsonaro são candidatos à Prefeitura de São Paulo”, respondeu.
Quando foi indagada se votou no petista, Tabata rebateu: “Eu, de fato, votei nele, mas não é isso que a gente quer. Vamos trabalhar para melhorar”, disse. “Vou trabalhar para você votar em mim”.
Ônibus
Sobre suas propostas, Tabata comentou sobre a “Tarifa Zero” – programa de gratuidade no transporte coletivo – e reforçou que, segundo o seu plano de governo, atualmente, a cidade de São Paulo não comporta os custos da “Tarifa Zero” – programa que propõe a gratuidade das passagens de ônibus.
“Não adianta de nada você prometer mundos e fundos, coisas mirabolantes, mas que a gente não consiga implementar. A gente fez as coisas, não dá para a gente tentar fazer em São Paulo hoje, mas isso não quer dizer que a gente não possa e não vá melhorar a qualidade do serviço público”, disse. “Qual é o nosso compromisso com o transporte público em São Paulo? Tem que ser mais rápido, seguro e de confiança”.
Tabata foi entrevistada nesta segunda-feira (19) pelo programa “Roda Viva”, da TV Cultura. A candidata falou que pretende percorrer toda a cidade durante a campanha.
“A gente tem o objetivo de percorrer todos os distritos de São Paulo, sem exceção. Não dá para querer ser prefeita se você não está presente na rua. Então, a gente está traçando um mapa e hoje é o dia de ouvir quem está aqui no Tatuapé e na Mooca”, disse.
Tabata ainda continuou o discurso de que é a única candidata que consegue dialogar com o presidente da República e Tarcísio de Freitas (Republicamos), governador do estado de São Paulo.
“Eu sou a única que que terá o apoio de do presidente Lula e do governador Tarcísio para governar. E eu convido vocês [imprensa] a questionarem os dois sobre isso, porque a gente sabe da boa relação que a gente tem”, afirmou.
O Republicanos, partido de Tarcísio de Freitas, declarou apoio ao candidato à reeleição, o prefeito Nunes. Já, Lula, apoia Boulos.
* Com supervisão de Cíntia Acayaba
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