Demência pode se manifestar nos olhos; veja sinais e como identificar

Com sintomas que normalmente envolvem a perda de memória e a diminuição cognitiva, a demência tende a afetar o comportamento e até as capacidades motora e de aprendizagem. Mas outros sintomas físicos podem ser percebidos em alguns casos.

Descubra quais são o sinais da demência que podem ser notados nos olhos – Foto: Freepik/ND

Quais são os primeiros sinais de demência?

Os sintomas dos principais tipos demência podem ser muito parecidos, como perda de memória, problemas em usar a linguagem, mudanças na personalidade, desorientação, dificuldade em executar tarefas diárias habituais e comportamento perturbador ou inapropriado.

Com o passar do tempo, a doença pode até mesmo afetar a mobilidade do paciente. Mas outra forma pouco abordada no que diz respeito à detecção da demência tem a ver com os olhos. A condição pode causar perda de visão súbita e olhar vago.

Um estudo do laboratório de neurocirurgia e ciências biomédicas no Cedars-Sinai, em Los Angeles, comandado pelo médico e professor Maya Koronyo-Hamaoui, examinou tecidos doados da retina e do cérebro de 86 pessoas com diferentes graus de declínio mental.

“Essas mudanças na retina se correlacionam com mudanças em partes do cérebro chamadas córtices entorrinal e temporal, um centro de memória, navegação e percepção do tempo”, disse Koronyo-Hamaoui.

Segundo a CNN, os pesquisadores do estudo coletaram amostras de retina e tecido cerebral ao longo de 14 anos de doadores humanos com doença de Alzheimer e comprometimento cognitivo leve – o maior grupo de amostras de retina já estudado, de acordo com os autores.

Os pesquisadores compararam amostras de doadores com função cognitiva normal com aqueles com comprometimento cognitivo leve e aqueles com doença de Alzheimer avançada.

Outra pesquisa, publicada em fevereiro na revista Acta Neuropathologica, encontrou aumentos significativos no beta-amilóide, um marcador chave da doença, em pessoas com Alzheimer e declínio cognitivo precoce.

As células microgliais diminuíram 80% naqueles com problemas cognitivos, segundo o estudo. Essas células são responsáveis por reparar e manter outras células, incluindo a eliminação de beta-amilóide do cérebro e da retina.

“As descobertas também foram aparentes em pessoas com sintomas cognitivos mínimos ou inexistentes, o que sugere que esses novos testes oftalmológicos podem estar bem posicionados para auxiliar no diagnóstico precoce”, diz o autor da pesquisa.

Os pesquisadores descobriram um número maior de células imunológicas envolvendo firmemente as placas beta-amilóides, bem como outras células responsáveis pela inflamação e morte celular e tecidual.

A atrofia do tecido e a inflamação nas células na periferia distante da retina foram mais preditivas do estado cognitivo, segundo o estudo.

“Essas descobertas podem eventualmente levar ao desenvolvimento de técnicas de imagem que nos permitam diagnosticar a doença de Alzheimer mais cedo e com mais precisão”, disse Isaacson, “e monitorar sua progressão de forma não invasiva, olhando através do olho”.

Como age uma pessoa com demência?

A doença pode deixar o paciente desorientado – Foto: Freepik/ND

Pacientes diagnosticados com a doença muitas vezes se sentem perdidos, até mesmo dentro da própria casa, não conseguindo encontrar seu próprio quarto ou banheiro, e estão mais propensas a cair.

Dormir se torna uma atividade difícil e a insônia é frequente. Além disso, distúrbios comportamentais, como agitação ou comportamentos disruptivos também são comuns, pois há dificuldade de controle de determinados comportamentos.

Em cerca de 10% dos casos, essa confusão leva a sintomas de psicose, como alucinações, delírios ou paranoia. Os traços da personalidade podem se tornar mais exagerados, podendo gerar preocupações obscuras ou irritabilidade.

Demência não faz parte do envelhecimento normal

É importante ressaltar que a demência não está diretamente ligada ao envelhecimento, diversos idosos que já passaram dos 100 anos não têm a doença.

Ela pode aparecer como uma doença sem qualquer outra causa, mas também pode ser provocada por diversos problemas, como Alzheimer, Parkinson e HIV.

Como evitar a demência

Ainda não há uma forma de evitar a demência, porém pesquisas recentes mostraram que bons hábitos podem fazer uma grande diferença no futuro.

Homem se exercitando

Exercícios físicos regulares, dieta balanceada e sono de qualidade são essenciais para evitar diversas doenças – Foto: Reprodução/Shutterstock

Especialistas recomendam seguir uma dieta saudável, praticar atividades físicas, estimular o cérebro (ler, jogos de lógica, aprender um novo idioma, etc) e dormir melhor.

*Importante: este conteúdo não substitui avaliações profissionais com médicos ou outros especialistas nas áreas de saúde e bem-estar.

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