Líder supremo do Irã fala em reforçar Exército e inovar mísseis após ameaças de Trump


‘Nosso poder defensivo é bem conhecido, nossos inimigos têm medo disso. Isso é muito importante para nosso país’, disse aiatolá Ali Khamenei, nesta quarta (12), ao ver inovações no setor de Defesa do país, como um ‘drone kamikaze’ movido a jato. Líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, confere inovações no setor de Defesa em Teerã
Gabinete do Líder Supremo Iraniano/WANA (West Asia News Agency)/Divulgação via REUTERS
O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, falou nesta quarta-feira (12) que é necessário reforçar ainda mais o Exército do país, além de seus mísseis, após as ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
As declarações de Khamenei foram feitas enquanto o líder iraniano conferia as principais apostas no setor de Defesa em uma exposição em Teerã. Entre eles um “drone kamikaze” movido a jato – com imagens de um lançamento feito de um submarino exibidas pela primeira vez -, de acordo com a agência de notícias Tasnim.
“O progresso não deve ser interrompido, não podemos ficar satisfeitos. Digamos que definimos anteriormente um limite para a precisão de nossos mísseis… Agora sentimos que esse limite não é mais suficiente. Temos que seguir em frente. Hoje, nosso poder defensivo é bem conhecido, nossos inimigos têm medo disso. Isso é muito importante para nosso país”, afirmou Khamenei nesta quarta.
Na última sexta (7), Khamenei aconselhou o governo a recusar qualquer negociação com EUA, dizendo que seria “imprudente” e que “não se deve negociar com um governo desses”.
Nesta terça (11), o embaixador do país na ONU pediu que o Conselho de Segurança tomasse medidas contra o governo americano, que vêm ameaçando fazer uso de força se o Irã se recusar a negociar seu programa nuclear.
O Irã garante que seu programa de mísseis balísticos é puramente defensivo, mas o arsenal é visto no Ocidente como um fator de risco.
E embora tenha negado por muito tempo suas ambições de armas nucleares, segundo o chefe da agência nuclear da ONU, o país está acelerando “dramaticamente” seu enriquecimento de urânio para 60% de pureza físsil, próximo ao nível de aproximadamente 90% para armas.
Teerã também anunciou, nos últimos meses, novas adições ao seu armamento convencional – como seu primeiro porta-aviões não tripulado e uma base naval subterrânea – e um acordo com a Rússia nas áreas de Defesa e Segurança.
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Bandeiras dos EUA e de Israel queimadas durante o 46º aniversário da Revolução Islâmica em Teerã
Majid Asgaripour/WANA (West Asia News Agency) via REUTERS
Tensão crescente entre o Irã e os EUA
O Irã alertou o Conselho de Segurança da ONU que pode fazer uso da força caso receba qualquer agressão dos Estados Unidos, nesta terça-feira (11).
Em carta enviada às Nações Unidas, o enviado especial do país descreveu declarações dadas pelo presidente americano, Donald Trump, como “imprudentes e inflamatórias” e ameaçou:
“Qualquer ato de agressão terá consequências severas”.
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O documento ainda pede que o Conselho de Segurança não fique em silêncio diante dos comentários “profundamente alarmantes e irresponsáveis” de Trump, que, segundo o Irã, violam flagrantemente o direito internacional.
Dizendo que “rejeita e condena firmemente” as ameaças feitas pelo republicano, o governo iraniano afirmou que defenderá “sua soberania, integridade territorial e interesses nacionais contra qualquer ação hostil”.
Ameaça dos Houthis
Uma casa destruída é vista depois que as forças israelenses se retiraram do Corredor Netzarim, permitindo que as pessoas viajassem em ambas as direções entre o sul e o norte de Gaza, em meio a um cessar-fogo entre Israel e o Hamas, perto da Cidade de Gaza
REUTERS/Dawoud Abu Alkas
Em meio a muitas incertezas sobre a continuidade do acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, uma ameaça também foi feita pelos Houthis, grupo extremista do Iêmen, nesta terça-feira (11).
O líder do grupo, Abdulmalik al-Houthi, afirmou em um discurso televisionado que está pronto para lançar ataques contra Israel se o país retomar os bombardeios a Gaza e não se comprometer com o acordo.
“Nossas mãos estão no gatilho e estamos prontos para imediatamente intensificar a ofensiva contra o inimigo israelense se ele retornar à escalada na Faixa de Gaza”, disse.
Os Houthis, apoiados pelo Irã, controlam a maior parte do oeste do Iêmen, incluindo a capital. Desde que a guerra entre o governo israelense e o grupo extremista palestino começou, eles atacaram embarcações de Israel e de outros países no Mar Vermelho, perturbando as rotas marítimas globais, alegando que eles eram atos de solidariedade com Gaza.
Últimas declarações de Israel e Hamas sobre o acordo
Nesta segunda-feira (10), o porta-voz do braço armado do Hamas informou que o grupo extremista palestino irá atrasar a libertação de reféns planejada para o próximo sábado (15) até novo aviso, através de um comunicado divulgado no Telegram.
“A entrega dos prisioneiros sionistas será adiada até novo aviso, até que a ocupação cumpra e compense os direitos das semanas anteriores retroativamente. Reafirmamos nosso compromisso com os termos do acordo, desde que a ocupação também os cumpra”, afirmou.
Hamas ‘exibe’ reféns em palco antes de devolvê-los
Abu Ubaida, porta-voz das Brigadas al-Qassam, justificou a decisão afirmando que, nas últimas três semanas, Israel cometeu violações e não cumpriu termos do acordo de cessar-fogo, enquanto o Hamas “cumpriu todas as suas obrigações”.
“Desde o atraso no retorno dos deslocados ao norte da Faixa de Gaza, até o alvo de bombardeios e tiros em várias áreas do setor, e a não entrada de materiais de ajuda de todas as formas conforme acordado”, enumerou.
Após a divulgação do comunicado, o ministro da Defesa de Israel afirmou que a paralisação da entrega de reféns é uma violação do cessar-fogo e também fez um anúncio: disse que instruiu os militares a se prepararem para o mais alto nível de prontidão em Gaza e para defender as comunidades.
A última liberação ocorreu na manhã deste sábado (8), mas ela chegou a ficar ameaçada após as falas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que os EUA devem tomar o controle da Faixa de Gaza após a guerra.
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