Justiça da Bolívia manda prender Evo Morales por faltar a audiência em que responderia sobre abuso sexual


Ex-presidente da Bolívia Evo Morales durante entrevista à agência Reuters
Agustin Marcarian/Reuters
Um juiz da Bolívia ordenou a prisão do expresidente do país Evo Morales após ele não comparecer ao tribunal para responder a um caso de abuso sexual.
Morales é investigado pelo estupro de uma menor de idade em 2016. O caso foi divulgado pelo ministro boliviano da Justiça, César Siles, do gabinete de seu ex-aliado, o presidente Luis Arce.
“Observamos com indignação crimes graves que pretendem ficar na impunidade. Refiro-me concretamente a uma menina estuprada aos 15, 16 anos”, disse o ministro, em coletiva de imprensa em outubro passado.
Segundo Siles, por conta do estupro, “[a adolescente] deu à luz outra menina e o pai reconhecido na certidão de nascimento é o senhor Evo Morales Ayma. Existe um processo aberto que está sob investigação”.
Morales está no centro de um escândalo que veio à tona em 2024, quando a promotora Sandra Gutiérrez informou que foi destituída por ter pedido a prisão do ex-presidente no âmbito de uma investigação por “tráfico de pessoas” envolvendo uma menor de idade.
Na resolução de prisão contra Morales, cujos trechos vazaram para a imprensa, consta que, em 2016, o então presidente se envolveu com uma menor de 15 anos, com quem teve uma filha.
Sem citar o expediente, Morales publicou na rede social X: “Não me causa estranhamento, nem preocupação. Todos os governos neoliberais, incluído o atual, ameaçaram-me, perseguiram-me, prenderam-me, tentaram me matar. Não tenho medo! Não vão me calar!”, informou a AFP.
Uma juíza de Santa Cruz acatou um recurso dos advogados de Morales que anulou a ordem de prisão, após a promotora Sandra Gutiérrez afirmar que foi destituída por instrução do procurador-geral.
Esta reportagem está em atualização.
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