Apresentador da Inter TV vai correr a ‘Maratona para Todos’ nas Olimpíadas de Paris


Ayrton Freire, de 28 anos, vai disputar a prova de 42 quilômetros, que acontece pela primeira vez para maratonistas amadores em uma edição dos Jogos Olímpicos. Ayrton Freire, de 28 anos, vai correr Maratona Para Todos, de Paris
Arquivo pessoal
O apresentador do Bom Dia RN, Ayrton Freire, de 28 anos, vai participar da Maratona Para Todos (Marathon Pour Tous) nos Jogos Olímpicos de Paris, que começam na próxima sexta-feira (26).
A Maratona Para Todos acontece pela primeira vez em uma Olimpíada, e abriu a possibilidade para 40 mil corredores amadores participarem da prova, que acontece no dia 10 de agosto. O trajeto é o mesmo dos profissionais.
Natural da cidade de Espírito Santo, de cerca de 10 mil habitantes, na Região Agreste do Rio Grande do Norte – apesar de ter nascido em uma maternidade de Santo Antônio, cidade vizinha -, Ayrton Freire se inscreveu e foi chamado para correr os 42 quilômetros.
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Para conseguir participar dessa prova de estreia nas Olimpíadas, ele contou que se inscreveu em uma plataforma de desafios de corrida, na qual precisou cumprir metas, como correr 10 quilômetros entre 10h e 12h.
“Concluir essas atividades me permitiu ir para o sorteio e, nesse estágio, foi pura sorte”, contou.
O jornalista e maratonista amador relatou que se se preparou por quatro meses exclusivamente para a prova em Paris. E justamente quando terminou uma das principais coberturas das quais participou como jornalista: a primeira fuga da história do sistema prisional federal, ocorrida em Mossoró (RN), em fevereiro. As buscas pelos dois fugitivos duraram 50 dias.
“Assim que saí de uma cobertura intensa como jornalista, que foi a fuga de presos dos istema federal, foquei na maratona. Corro de cinco a seis dias na semana. Faço musculação quatro vezes, semanalmente, priorizando o fortalecimento”, contou.
Corredor desde criança
Fã de corrida desde criança, o jornalista voltou a praticar o esporte durante pandemia da Covid-19 com o intuito de perder peso. Desde então, retomou gosto e não parou mais.
Ele lembrou que quando era criança, enquanto os meninos iam jogar futebol, ele queria correr. A vontade ficava mais forte quando ele assistia a provas de maratonas, como nas próprias Olimpíadas ou a tradicional São Silvestre.
Por isso, ele se inspira em alguns brasileiros que fizeram história. Um deles, Vanderlei Cordeiro de Lima, bronze em Atenas e único latino-americano com a Medalha Pierre de Coubertin, a maior condecoração concedida pelo Comitê Olímpico Internacional (COI).
Vanderlei ganhou a honraria porque liderava com folga a prova em Atenas 2004, quando foi agarrado por um ativista que invadiu a pista. Ainda assim, seguiu até o fim da prova, conquistando o bronze.
“Ele virou um herói de histórias em quadrinho para mim desde Atenas 2004, quando chegou sorrindo e fazendo aviãozinho depois de ter sido derrubado enquanto liderava a maratona. Nunca vou esquecer daquela prova”, contou Ayrton.
Ayrton Freite se preparando para as Olimpíadas
Arquivo pessoal
Ídolos no esporte
Além de Vanderlei, o jornalista citou Marilson dos Santos, quem ele considera “o melhor fundista brasileiro (que compete em 21 km e 42 km)”. “Lembro de vê-lo ganhar São Silvestre e, imediatamente, desligar a TV lá de casa, no interior do estado, e sair correndo. Era motivador pra mim”, contou.
Ele disse que admira tanto os maratonistas brasileiro, que teve o “maior presente do mundo” quando Ronaldo da Costa o seguiu em uma rede social. “Sou apaixonado por esse esporte e por todos os seus ídolos”, disse.
Uma das vontades dele nessa viagem para as Olimpíadas, inclusive, é conhecer um outro ídolo: o queniano Eliud Kipchoge, que, para Ayrton, é o maior maratonista de todos os tempos.
“Às vezes, tento fazer como ele, sorrindo quando a coisa fica sofrida. Mas nem sempre consigo. Diferente dele, sou um mero mortal”, brincou.
Mas as inspirações também estão em casa, segundo Ayrton, como no caso da tia dele, Tânia Freire, de 55 anos, “que dá trabalho a muita gente novinha nas corridas”. Tânia acompanhou o jornalista em diversos treinos preparatórios para os Jogos Olímpicos.
Ayrton Freire em treino pré-Olimpíadas
Arquivo pessoal
Sonho de estar em uma Olimpíada
Ayrton disse que se sentiu um “privilegiado” em ser selecionado. “É o maior evento do mundo, que eu sempre vi pela TV. Sonho desde sempre em participar como jornalista, cobrindo. Mas nunca poderia sonhar em participar como atleta, e no esporte que eu amo, em uma das provas mais nobres dos jogos, que é a maratona”, contou.
Por ser a primeira vez que a maratona é aberta ao público, o jornalista disse acreditar que essa Maratona Para Todos será histórica.
“Acho, sinceramente, que nunca vou fazer algo mais legal. Até pelo pioneirismo. Estou entre os primeiros amadores a participar de uma Olimpíada, e isso é história, que não se altera e fica para sempre”, disse.
A ida de Ayrton para as Olimpíadas também será a primeira vez em que o jornalista fará uma viagem internacional na vida de dele. A noiva o acompanhará.
Treinamento acontecia até debaixo de chuva
Arquivo pessoal
Objetivos na prova
Nesta preparação, o jornalista contou que que foi acompanhado por um cardiologista, um nutricionista, um fisioterapeuta, e pelo técnico Jailson Silva, que ele considera “o melhor ultramaratonista do RN”, com provas feitas acima de 200 km.
Para além dos sonhos que vai realizar ao viajar e competir em uma prova nas Olimpíadas, o jornalista também estipulou uma meta: o objetivo dele é terminar a maratona em no máximo 3 horas e 45 minutos.
Segundo ele, esse tempo seria “muito bom”, além de “ser bem menor do que já fiz em outras duas maratonas que corri antes”.
Uma outra novidade é correr com um grande público em volta, o que aumentou o sonho dele, que se inspira no nome que tem para tentar fazer bonito.
“Também estou na expectativa de correr com muita gente, aplaudindo, aquela coisa que só vejo pela TV, já que nunca participei de provas de grande apelo popular”, disse.
“Vou correr com uniforme do tipo da seleção de futebol, camisa amarelinha, e com bandeira do Brasil e meu nome, afinal mais brasileiro que Ayrton impossível. Não sei como vou reagir se ouvir as pessoas gritarem o nome do meu país e, quem sabe, até o meu, já que [Ayrton] Senna o tornou universal. Me sinto tipo mais um ‘Ayrton do Brasil'”, disse.
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