Emerson Luis. Esporte: Fórmula

Uma semana antes do acesso do Mirassol para a Série A do Campeonato Brasileiro, o perfil Metrônauense publicou em sua conta no Instagram uma matéria que a RICTV Record produziu em julho de 2012.

O VT destacou o jogo pela Série D, disputado no Sesi, quando o Metropolitano enfrentou e venceu o time paulista.

“Onde erramos?”, perguntava o torcedor.

Metropolitano 2 x 1 Mirassol no Sesi. Foto: Giovanni Silva/Metropolitano

O link da reportagem está aqui, além do comentário do impagável Peninha.

Região central de Blumenau. Foto: Kako Waldrich

Os comparativos com a cidade do interior paulista passaram a ser inevitáveis.

Bem como com os clubes – aqui podemos incluir o Blumenau.

Naquela época, em tese, Metrô e Mirassol estavam no mesmo patamar.

Hoje não há nenhuma possibilidade de fazer qualquer tipo de equiparação.

Blumenau tem 380.597 habitantes e Mirassol 65.485.

A área territorial é de 519,837 km2 e a de Mirassol 243,23 km2.

Município de Mirassol. Foto: Portal da Cidade de Mirassol

O primeiro ponto dessa disparidade futebolística passa pela identificação do clube com a cidade e com o torcedor.

No caso, uma casa própria.

Estádio Municipal José Maria de Campos Maia foi inaugurado em 1925. Foto: Internet

Que não temos.

Mirassol tem um estádio municipal com capacidade para 15 mil pessoas.

Campo fica no centro de Mirassol. Foto: Pulsar imagens

O segundo fator não menos essencial é investir na formação de atletas.

O BEC não tem base própria.   

Tanto é que para não sofrer nenhum tipo de punição da federação (é obrigatório a participação de pelo menos uma categoria em uma competição) fez parcerias nos últimos anos com a Fundação Municipal de Esportes (FMD) de Indaial, Fluminense de Joinville e mais recentemente com o Tupi de Gaspar.

BEC/Tupi na Copa Santa Catarina Sub-17 deste ano. Foto: Blumenau Esporte Clube

O Metrô também não tem trabalho de formação.

Quem o representa nos estaduais Sub-17 e Sub-20 é o Instituto Metropolitano.

Um projeto amparado pela Lei do Incentivo ao Esporte.

Que há tempos tem quebrado um grande galho.

Time do Metropolitano na Copa Santa Catarina Sub-21. Foto: Instituto Metropolitano

Para ter sucesso na base é necessário ter estrutura, oferecer condições de trabalho.

Por isso é fundamental ter um Centro de Treinamentos.

O Metropolitano até tem, mas não existem campos para treinar, por exemplo.

Nesse sentido, a Associação Altona foi uma grande parceira por muitos anos.

Treino do Metropolitano na Associação Altona. Foto: Internet

Mirassol tem um CT que está entre os 10 melhores do país.

Foi construído por causa da venda de um jogador: Luiz Araújo.

CT do Mirassol ficou pronto em menos de dois anos. Foto: Internet

Que nasceu em Taquaritinga e chegou cedo ao clube.

Jogou lá entre 2012 e 2013.

Diferenciado, chamou a atenção de São Paulo e Cruzeiro, que travaram uma batalha nos bastidores.

O tricolor venceu a queda de braço.

O Mirassol ficou com 20% dos seus direitos econômicos em uma futura venda.

Luizinho, como era chamado, nos tempos do Mirassol. Foto: Internet

A previsão se confirmou e o atacante arrebentou no Sub-20.

Com Rogério Ceni no comando, subiu para o elenco profissional.

Estourou!

Luiz Araújo no São Paulo durante o Campeonato Paulista justamente contra o Mirassol. Foto: Internet

E foi vendido em 2017 para o Lille.

Por 10,5 milhões de euros (R$ 38 milhões).

R$ 7,7 milhões ficou com o Mirassol.

Atacante com a camisa do Lille da França. Foto: Internet

Parte do valor, R$ 6,5 milhões, investiu na construção do CT – hoje está avaliado em R$ 15 milhões.

Projeto do Centro de Treinamento foi lançado em 2017 e as obras ficaram prontas em 2019. Foto: Internet

Antes do CT, o Mirassol alugava campos na cidade, treinava em cidades vizinhas.

Vestiário do CT. Foto: Mirassol Futebol Clube

Na Série A3 paulista, dependia de verba pública para sobreviver.

Ônibus próprio do time. Foto: Mirassol Futebol Clube

Lembra muito a rotina dos nossos times.

Academia do CT do Mirassol. Foto: Mirassol Futebol Clube

Outra coincidência, e essa não tem nada a ver com Blumenau, é que depois de erguer a estrutura no terreno de 1.500 mil metros quadrados de área construída, comprado por R$ 750 mil, o Mirassol se levantou.

Centro de Treinamento do Mirassol Futebol Clube fica à margens da Rodovia Euclides da Cunha. Foto: Internet

Penou na Série D do Campeonato Brasileiro (2009, 2011, 2012, 2018).

Até que em 2020 foi campeão e conseguiu o acesso para a Série C.

Conquistou o título em 2022 e a ida para a Série B.

Em 2023 terminou em 6º lugar.

E agora em 2024 só ficou atrás do Santos.

Jogadores comemoram com a torcida, o acesso para a Série A. Foto: Internet

Outro fator importante na hora de negociar um atleta é o Mecanismo de Solidariedade da FIFA.

Sempre que houver uma venda internacional, a equipe paulista vai receber 1% do percentual.

Foi assim em 2021, quando Luiz Araújo foi vendido para o Atlanta United.

Os norte-americanos pagaram aos franceses R$ 63,1 milhões.

Na conta, R$ 631 mil.

Com a camisa do Atlanta United. Foto: Internet

Ano passado não foi diferente.

O Flamengo comprou o jogador por R$ 48 milhões.

Mais R$ 480 mil.

Luiz Araújo atuando pelo Flamengo na Libertadores. Foto: Internet

“A solução para os clubes do interior é a venda de futuras promessas”.

Edson Ermegenildo, presidente do Mirassol Futebol Clube.

Prefeito reeleito, delegado e presidente toca o Mirassol há 30 anos. Foto: Vinicius de Paula/Agência Mirassol FC

Emerson Luis é jornalista. Completou sua graduação em 2009. Trabalha com comunicação desde 1990 quando começou na função de setorista na Rádio Unisul – CBN. Atualmente é apresentador, repórter, produtor e editor de esportes do Balanço Geral da NDTV Blumenau. Na mesma emissora filiada à Record, ainda exerce a função de comentarista, no programa Clube da Bola, exibido todos os sábados, das 13h30 às 15h. Também é boleiro na Patota 5ª Tentativa.

O post Emerson Luis. Esporte: Fórmula apareceu primeiro em PORTAL ALEXANDRE JOSÉ – Notícias de Blumenau.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.