Hamas diz ter matado um refém israelense e ferido outros dois em ‘incidentes’ separados em Gaza


Exército israelense disse que está investigando para saber se o anúncio do grupo terrorista é verdadeiro. Anúncio acontece dias após um bombardeio israelense em Gaza que matou cerca de 100 pessoas. Imagem mostra o pátio de uma escola após ser atingida por um ataque aéreo israelense na Cidade de Gaza no sábado, 10 de agosto de 2024
AP
O grupo terrorista Hamas disse nesta segunda-feira (12) que um refém em seu poder foi morto por um guarda e outros dois ficaram gravemente feridos em dois incidentes separados em Gaza. Segundo a agência Reuters, o refém morto é um homem israelense e os feridos são duas mulheres.
O anúncio foi feito pelo porta-voz das Brigadas al-Qassam, braço armado do Hamas, Abu Ubaida. Ubaida atribuiu os incidente ao que ele descreveu como “massacres” israelenses contra os palestinos.
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“O governo inimigo [Israel] é totalmente responsável por esses massacres e pelas reações resultantes que afetam a vida dos prisioneiros israelenses”, disse Abu Ubaida em comunicado publicado no Telegram.
Esta foi a primeira vez desde o início da guerra na Faixa de Gaza que o Hamas afirma que seus guardas mataram um refém em seu poder. O grupo frequentemente atribuiu mortes anteriores de reféns a bombardeios israelenses –isso aconteceu em alguns momentos durante o conflito.
O anúncio sobre os reféns acontece dias após um ataque aéreo israelense em um complexo escolar na Cidade de Gaza, que abrigava famílias palestinas deslocadas, matou cerca de 100 pessoas, segundo autoridades de Gaza. Israel questionou os números e disse que 31 terroristas do Hamas e da Jihad Islâmica estavam entre os mortos. Os grupos terroristas negaram as alegações israelenses e disseram que não havia combatentes na escola. (Leia mais abaixo)
O porta-voz do Hamas disse também que um comitê foi formado para investigar os incidentes, e que vai compartilhar os resultados, acrescentando que o grupo terrorista está empregando esforços para salvar as duas reféns feridas.
Terroristas do Hamas levaram cerca de 250 reféns durante o ataque terrorista de 7 de outubro de 2023 em solo israelense, que vitimou cerca de 1.200 pessoas e deu início à guerra entre Hamas e Israel. Alguns desses 250 reféns foram libertados durante o cessar-fogo ocorrido em novembro, outros foram resgatados pelo Exército israelense, e o governo Netanyahu acredita que diversos dos reféns remanescentes sob poder do grupo terrorista estejam mortos.
O Exército israelense disse que está investigando a informação divulgada pelos terroristas. “Neste estágio, não há um documento de inteligência para confirmar ou refutar as alegações do Hamas. Continuamos a investigar a credibilidade da declaração e forneceremos informações assim que as tivermos”, disse o porta-voz Avichay Adraee.
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Ataque a escola
Ataque de Israel em Gaza deixa cerca de 100 mortos
Um ataque israelense a uma escola na Cidade de Gaza que abrigava refugiados matou mais de 100 palestinos no último sábado (10), segundo o governo de Gaza, controlado pelo Hamas. Segundo autoridades de saúde de Gaza, são mais de 90 mortes. Em entrevista à BBC, o diretor do Hospital al-Ahli, para onde muitas das vítimas foram levadas, disse que o ataque matou pelo menos 70 pessoas.
O exército israelense reconheceu que tinha como alvo a escola Tabeen, no centro de Gaza, alegando que atingiu um centro de comando do Hamas dentro da escola. O Hamas negou essa informação.
O ataque ocorreu sem aviso prévio, no início da manhã, antes do nascer do sol, enquanto as pessoas rezavam em uma mesquita dentro da escola, segundo o gabinete de imprensa do Hamas.
As Forças de Defesa de Israel (FDI) disseram que o ataque à escola matou pelo menos 31 terroristas do Hamas e da Jihad Islâmica que estavam escondidos no local e revelou suas identidades.
Segundo Israel, o ataque aos terroristas que operavam de um centro de comando instalado no complexo e planejavam ataques contra Israel e suas forças de segurança foi baseado em “uma investigação dos serviços de inteligência”.
Os Estados Unidos questionaram Israel sobre o bombardeio israelense e disseram estar “profundamente preocupados” com os relatos de civis entre as vítimas.
O porta-voz da FDI, Daniel Hagari, questionou os números de mortos divulgado por autoridades de Gaza, dizendo que foram utilizadas três armas de precisão no ataque, o que “segundo especialistas, não poderia ter causado um dano compatível à quantidade de mortes informadas pelo governo de Gaza”.
Segundo Mahmoud Bassal, porta-voz dos socorristas da Defesa Civil que operam sob o governo local administrado pelo Hamas, três mísseis atingiram o prédio de dois andares — o primeiro andar abriga a mesquita e o segundo a escola — onde cerca de 6.000 pessoas deslocadas estavam se abrigando da guerra.
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