Justiça condena a 20 anos de prisão um dos assaltantes da ‘gangue da correntinha’ que agrediu e matou holandês na 25 de Março em SP


Vitor Freitas foi julgado por latrocínio contra engenheiro Hessel Hoeskstra na área de comércio popular. Réu confessou tentativa de roubo, mas negou envolvimento na morte. Câmera gravou crime. Um acusado foi absolvido. Outro segue foragido. Holandeses são atacados pela ‘gangue da correntinha’ no Centro de SP
A Justiça condenou a 20 anos de prisão um dos três assaltantes da “gangue da correntinha” acusados de agredir e matar um engenheiro holandês, em janeiro deste ano, na região da Rua 25 de Março, famosa pelo comércio popular no Centro de São Paulo. O caso ganhou repercussão porque o crime foi gravado por câmeras de segurança (veja vídeo acima).
Vitor Daniel Mathias de Freitas, que já estava preso, terá de cumprir a pena por latrocínio em regime fechado. Ele foi considerado culpado por participar da tentativa de roubo seguida de morte de Hessel Hoekstra em 13 de janeiro. O estrangeiro morreu 14 dias depois num hospital onde estava internado.
O g1 tentar localizar a defesa de Vitor para comentar o assunto. Durante o seu julgamento, o réu confessou ter tentado roubar Hessel, mas negou envolvimento nas agressões que resultaram na sua morte. As filmagens, no entanto, mostram o acusado empurrando o estrangeiro.
Hessel e um amigo, também holandês, estavam descendo a Ladeira da Constituição quando foram atacados pelo grupo. Os criminosos tentaram roubar os cordões de ouro de seus pescoços. As vítimas reagiram e foram agredidas. O engenheiro foi chutado, perdeu o equilíbrio e bateu a cabeça na rua. Os bandidos fugiram em seguida sem levar nada.
Hessel morreu 14 dias depois de ser atacado pelo bando. Ele estava internado no Hospital Nove de Julho com traumatismo craniano e faleceu em 27 de janeiro após sofrer uma parada cardiorrespiratória. A vítima tinha 58 anos e deixou esposa e dois filhos na Holanda.
O colega dele sobreviveu e foi uma das testemunhas do caso. Os dois trabalhavam numa empresa multinacional no Brasil e tinham ido visitar um dos pontos turísticos da capital paulista.
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Julgamento em julho
Vitor Daniel (à esquerda) aparece em filmagem (ao centro) agredindo o engenheiro holandês
Reprodução
O julgamento do caso ocorreu em 26 de julho na 17ª Vara Criminal de São Paulo, no Fórum Criminal da Barra Funda, Zona Oeste. O processo corre sob sigilo judicial.
O juiz Fábio Aguiar Munhoz Soares, que julgou e deu a sentença do réu, escreveu na decisão que “foi utilizada violência durante o roubo”. O que, segundo o magistrado, “demonstra a intenção do que pretendiam fazer, correndo a vítima perigo real, de modo que é inequívoco o dolo de matar a vítima para conseguir seu intento”.
Além de Vitor, um segundo réu também foi julgado pelo latrocínio contra Hessel, mas acabou absolvido pela Justiça do crime e foi solto. Ele negou envolvimento no caso, e testemunhas não conseguiram reconhecê-lo nas imagens como um dos criminosos.
Um terceiro acusado segue foragido e é procurado pela polícia por participação no crime. Ele teve a prisão preventiva decretada pela Justiça.
Repercussão na Holanda
Vídeo mostra nos detalhes ‘gangue da correntinha’ cercando e agredindo dois holandeses durante tentativa de assalto na região da 25 de Março, Centro de São Paulo; uma das vítimas morreu duas semanas depois
Reprodução
A morte de Hessel repercutiu no Brasil e também na Holanda. Alguns jornais estrangeiros informaram que Hessel morreu após ser atacado por um grupo de ladrões durante uma “violenta tentativa de assalto à luz do dia” numa rua movimentada de São Paulo.
Segundo o Consulado da Holanda em São Paulo, Hessel morava na cidade holandesa de Tilburg.
À época, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o secretário da Segurança Pública (SSP), Guilherme Derrite, chegaram a comentar a morte do holandês durante agendas quando foram questionados pela imprensa.
“Obviamente a 25 de Março está dentro do contexto de ações que a gente vai fazer no Centro como um todo. A gente sabe a importância para o turismo de compras. E a gente quer atacar justamente aquilo que tem muita relevância para o turismo para que as pessoas voltem a se sentir seguras”, disse Tarcísio.
A pasta comanda por Derrite informou naquela ocasião que reforçaria a segurança para voltar “a dar tranquilidade à população e coibir a criminalidade”.
Câmeras de segurança gravaram vítimas (nos detalhes em amarelo) sendo cercadas e agredidas por bandidos da ‘gangue da correntinha’ (em vermelho)
Reprodução
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