‘Ele nunca vai pagar pelo que fez’, diz mãe de adolescente morto por agente penitenciário condenado a 6 anos de prisão em MG


Tiago Lucas Ferreira foi condenado pelo homicídio de Rafael Marques de Oliveira, com 16 anos à época. Em dezembro de 2010, o adolescente soltava bombinhas com outras crianças, quando foi atingido por tiros. Maria Aparecida, mãe de Rafael Marques de Oliveira
Reprodução/Tv Integração
Maria Aparecida é a mãe do adolescente Rafael Marques de Oliveira que morreu aos 16 anos na véspera de ano novo de 2010, após ser atingido por um disparo efetuado pelo agente penitenciário Tiago Lucas Ferreira.
À TV Integração, a mãe que há 14 anos vive sem o filho, disse que a condenação de 6 anos e 6 meses de Tiago é pouca perto do que o filho passou.
“Ele pode me dar o ouro, mas nunca vai pagar o que ele fez com meu filho. A condenação é pouca perto do que ele fez. Eu nunca esqueci meu filho e nunca vou esquecer”
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O crime
Segundo a Polícia Civil, que indiciou Tiago Lucas por homicídio doloso, Rafael soltava bombinhas em frente de casa com outras crianças, quando foi atingido por um tiro, por volta das 21h.
De acordo com o processo, Tiago Lucas “agindo em ato de livre vontade e por motivos não esclarecidos”, desferiu disparos de arma de fogo contra a vitima Rafael Marques de Oliveira causando-lhe a morte por hemorragia interna aguda no abdômen.
“Os meninos sempre brincavam na rua em que aconteceu o fato, os agentes já estavam acostumados, na virada do ano aconteceu do agente efetuar o disparo rumo aos meninos e consequentemente acertar meu irmão”, lembrou Edvaldo Marques de Oliveira, irmão de Rafael.
O jovem foi socorrido e levado para a Unidade de Atendimento Integrado (UAI) do Bairro Morumbi, mas chegou a unidade sem vida.
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Provas contra Tiago
A suspeita inicial na investigação foi a de que o disparo partiu de uma das guaritas do presídio. Todas as armas que estavam com os agentes que trabalhavam naquela noite foram periciadas.
Após o crime, Tiago Lucas registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Morrinhos (GO) do furto de um revólver pessoal.
Tiago foi indiciado depois que provas apontaram indícios de autoria após a realização de perícia, reconstituição, laudos e provas testemunhais. O registro de ocorrência do furto também foi inserido nos autos.
“Ele tinha pleno conhecimento do que estava fazendo a assumiu o risco de ceifar a vida de outras crianças” disse o Assistente de Acusação do Ministério Público, Igor de Oliveira Silva.
Julgamento
Julgamento de Tiago Lucas Ferreira ocorreu nesta terça-feira (17) em Uberlândia
TV Integração/Reprodução
O julgamento de Tiago Lucas começou na manhã de quarta-feira (17) e faz parte de um mutirão do Tribunal de Justiça (TJMG) com o Ministério Público (MPMG), a Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG) e a seccional mineira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/MG).
O objetivo do mutirão é realizar 60 julgamentos em 15 dias úteis para reduzir o número de processos de crimes dolosos contra a vida pendentes de julgamento pelo Tribunal do Júri. Quem presidiu a sessão foi o juiz José Henrique Mallman.
Apesar da investigação, ainda não é claro o motivo do crime. Na audiência, o acusado falou que se assustou e pensou que o barulho dos fogos eram tiros. Várias testemunhas foram ouvidas.
O julgamento terminou por volta das 15h30.
O agente penitenciário Tiago Lucas Ferreira foi condenado a 6 anos e 6 meses de prisão pela morte adolescente Rafael Marques de Oliveira.
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