Mulher herda o ferro-velho do pai, aposta na reciclagem de panelas velhas e compra uma casa; VÍDEO


Ex-funcionária de recursos humanos, Danielle de Carvalho dá vida nova a panelas descartadas, elimina potenciais poluentes e ensina como as pessoas podem prosperar com a reciclagem. Mulher recicla panelas que estavam sem uso para vendê-las em Itanhaém, SP
Danielle de Carvalho, de 39 anos, ganhou de herança do falecido pai um ferro-velho. Sem experiência no segmento, a profissional de recursos humanos se deixou inspirar pelo ambiente de materiais recicláveis, e passou a investir em panelas. Ela acreditou no ditado popular de que diz: ‘Panela velha é que faz comida boa’ para renovar os utensílios domésticos, revendê-los e prosperar.
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A empresária e moradora de Itanhaém (SP) contou que tudo começou com o apoio de um amigo, que a orientou a revender peças que davam para ser reutilizadas. Ela investiu os R$ 800 que tinha guardado para comprar os itens usados, que foram reciclados e divulgados na internet (veja o vídeo acima).
“Deu 15 mil visualizações em 5h. No outro dia lotou aqui [a loja] e vendi tudo, fiz R$ 1,4 mil. Aí comprei de novo, vendi e fiz R$ 2 mil. Ficava fazendo vídeo toda semana”, contou.
A ideia deu certo. Danielle não só recuperou o investimento como lucrou. A situação a fez acreditar ainda mais no potencial do negócio, que passou receber novos aportes para expansão, com a compra de maquinário para reciclar as panelas e até mesmo abertura de nova loja em Mongaguá.
“Tudo que eu tenho, tenho através do meu ferro-velho. Comprei casa para mim”, comemorou a empresária.
♻️O planeta agradece
Danielle se sente realizada não apenas pelas conquistas pessoais, mas também pelo fato do trabalho retirar das ruas utensílios descartáveis e potencialmente poluentes.
Ela conta que recebe e coleta muitas panelas de pressão sem conserto no lixo. Segundo a empresária, as pessoas sequer imaginam que o material pode ser transformado. E, tendo em vista esse poder de transformação, ela ainda tem realiza um trabalho de educação nas redes sociais.
“Penso que o sol está para todos. Eu sei o quão é difícil o começo, então acho que as pessoas devem ter a mesma oportunidade que eu tive”, ressaltou ela, que passou a ensinar na web como reciclar as panelas e como as pessoas podem fazer a própria manutenção em casa.
O começo
Mulher recicla panelas antigas e usa internet para divulgá-las e revendê-las em loja que investiu R$ 800 para abrir
Arquivo Pessoal
Danielle contou que, no começo, ela garimpava as peças em brechós e outros ferros-velhos, mas agora tem parceiros que reservam as panelas para ela reciclar.
“A gente tem antiguidades, panelas de ferro, barro, alumínio, de pedra, ferramentas. Tudo que chega em um ferro-velho e dá para reutilizar tem nessa loja [de Itanhaém]”, contou ela, que investiu em maquinário para ampliar o estoque de mercadoria.
“Comprei uma máquina de cortar panela. Corto, transformo em caçarola e o que sobra faço uma forma com fundo removível”. A empresária disse que, quando não consegue reaproveitar o material para uma caçarola, o transforma frigideira, assadeira. O importante é não desperdiçar.
Dona de ferro-velho abriu loja para vender panelas que iriam para o lixo após reciclá-las, em Itanhaém (SP)
Arquivo Pessoal
Danielle acredita que o negócio tenha dado certo pela qualidade das panelas recicladas, já que o alumínio mais antigo é mais grosso que os atuais. “Eu valorizo meu trabalho. Não é porque é usado que vou vender por R$ 15”.
Ela ressaltou que cada item, por ser artesanal, tem esse valor agregado. “Não é mais barato, pois é um serviço artesanal. Uma panela de 7 litros que não é usada, faço uma frigideira e cobro R$ 75 sem a tampa. O que sobra dela faço uma forma [assadeira] que cobro R$ 35, então sai R$ 110 duas peças”.
Danielle decidiu abrir uma loja para vender panelas usadas que ela reciclava há 4 anos, em Itanhaém (SP)
Arquivo Pessoal
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