Veja imagens do minipantanal paulista antes da mortandade de peixes


Imagens feitas antes da mortandade mostram local limpo, repleto de vegetação e diversas espécies de aves. ARQUIVO: Minipantanal paulista antes do registro da mortandade, entre 2021 e 2022
Divulgação/Corredor Caipira
O Tanquã, área de proteção ambiental na região de Piracicaba (SP) conhecida como minipantanal paulista, registra um cenário desolador desde segunda-feira (15). A água em alguns trechos está coberta por peixes mortos.
A mortandade, segundo a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), ocorreu por conta de poluentes agroindustriais lançados irregularmente por uma usina de açúcar e álcool em Rio das Pedras (SP). A usina nega (leia a nota na íntegra no fim da reportagem).
ARQUIVO: Foto do Tanquã em Piracicaba tirada no dia 23 de março de 2014
Fernanda Zanetti/g1
Além do Tanquã, o Rio Piracicaba na zona urbana da cidade também registrou uma grande ocorrência de mortandade, em 7 de julho. Os dois casos têm relação com o mesmo despejo irregular, segundo a Cetesb.
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A situação, segundo a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), ocorreu por conta de poluentes agroindustriais lançados irregularmente por uma usina de açúcar e álcool em Rio das Pedras (SP). A empresa nega (leia a nota completa no fim da reportagem).
O g1 selecionou algumas fotos do Tanquã antes da mortandade. Diferente do cenário atual, o minipantanal tinha grandes áreas alagadas limpas, sem peixes mortos, além de diversidade de aves. Veja imagens de antes e depois 👇
ARQUIVO: Vista aérea do Tanquã, em Piracicaba, antes da mortandade de peixes
Reprodução/EPTV
VÍDEO: Imagens aéreas mostram mini pantanal coberto de peixes mortos
Imagens feitas com drone registram a mortandade de milhares de peixes em trechos do Tanquã entre Piracicaba e São Pedro.
Reprodução/EPTV
ARQUIVO: Tanquã, em Piracicaba, durante período seco em 2020
Giuliano Tamura/EPTV
Mortandade de peixes teve início há cinco dias no local, segundo pescador
Rodrigo Pereira/ g1
ARQUIVO: Grupo de barqueiros durante mutirão de limpeza na região do Tanquã
Sabrina Franzol
Peixes mortos em ‘curva de canal’ do Tanquã, em São Pedro
Rodrigo Pereira/ g1
ARQUIVO: ave repousa em pedaço de madeira no Tanquã, em Piracicaba, entre 2021 e 2022
Divulgação/Corredor Caipira
Minipantanal paulista
O Tanquã é conhecido como o minipantanal paulista, devido à semelhança com o ecossistema do Centro-Oeste brasileiro.
O local abriga diferentes espécies da fauna e da flora, algumas em risco de extinção. Foram registradas pelo menos 400 espécies diferentes de aves no local.
O surgimento do mini pantanal ocorreu nos anos 60, quando a usina hidrelétrica Barra Bonita foi construída na foz do rio Piracicaba e os últimos quilômetros do rio acabaram adentrando as margens, formando uma área de remanso, com águas lentas.
ARQUIVO: Tanquã abriga cerca de 170 espécies de aves nativas e migratórias, além de mamíferos, répteis e anfíbios
Katiucia Medeiros
Investigação
A Cetesb investiga o caso desde o primeiro dia e informou que disponibilizará, na íntegra, um relatório sobre o caso, que vai servir de base para o auto de infração que pode ser aplicado. A previsão de conclusão desse relatório é 19 de julho.
Além da Companhia Ambiental, o Ministério Público também foi acionado e confirmou que apura o caso por meio do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema). O grupo afirmou que fará uma vistoria nas instalações da usina responsável.
A Polícia Civil de Rio das Pedras também instaurou um inquérito para apurar o caso.
No início da noite desta terça-feira (16), a usina enviou nota em que afirma não ser responsável pela mortandade de peixes e que considera precipitadas as notícias divulgadas nos últimos dias, citando poluentes que teriam sido liberados no Ribeirão Tijuco Preto e chegado ao Rio Piracicaba.
Leia, na íntegra, a nota enviada pela usina na noite desta terça-feira (16):
“Após cinco inspeções realizadas por técnicos da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) nas dependências da Usina São José S/A Açúcar e Álcool, nada foi informado à empresa formalmente que explique o motivo ou a origem da mortalidade de peixes registrada nos últimos dias. Insinuações de envolvimento da usina nessa ocorrência são precoces e não tem, até agora, qualquer comprovação ou fundamento.
A empresa considera precipitadas as notícias divulgadas nos últimos dias, citando poluentes que teriam sido liberados no Ribeirão Tijuco Preto e chegado ao Rio Piracicaba, a 42 quilômetros de distância. Lembra ainda que diversos incidentes envolvendo morte de peixes no Rio Piracicaba vem ocorrendo nos últimos anos, período este que a Usina São José estava inativa, tendo retomado suas atividades somente em maio deste ano.
A empresa esclarece que não poupa esforços para colaborar plenamente com a Cetesb, a Polícia Ambiental e o Ministério Público, fornecendo todas as informações e acessos solicitados para garantir uma investigação transparente e justa, que leve às causas desse incidente”, conclui.
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