‘Nunca tive a intenção de me entregar’ diz ex-líder separatista catalão procurado pela polícia


Carlos Puigdemont está foragido há sete anos, depois de ter sido condenado por um suposto desvio de recursos, o que ele nega. Carles Puigdemont reapareceu nesta sexta (8), após 7 anos foragido, e fez um discurso para apoiadores em Barcelona. Depois, fugiu de novo
Lorena Sopena/Reuters
O ex-líder separatista catalão Carles Puigdemont disse no seu perfil do X, antigo Twitter, nesta sexta-feira (9), que nunca teve a intenção de se entregar voluntariamente nem facilitar a sua prisão, porque considera inaceitável o fato de estar sendo perseguido por razões políticas e de que a lei de anistia não esteja sendo aplicada.
Ainda, no mesmo post, Puigdemont diz que está em Waterloo, na Bélgica, “após dias extremamente difíceis”, que está acontecendo uma “caça às bruxas” contra algumas pessoas associadas a ele, além de fazer outras considerações sobre o cenário político catalão.
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Na última quinta-feira (8) Puigdemont desafiou um mandado de prisão para comparecer a um ato em Barcelona, na Espanha, após sete anos de exílio autoimposto, e depois desapareceu, provocando uma busca frenética da polícia para prendê-lo.
Em meio a uma forte presença policial, Puigdemont falou a uma multidão de milhares de apoiadores na capital catalã a partir de um palanque próximo ao Parlamento catalão, dizendo-lhes que pretendia retomar a campanha de independência que mergulhou a Espanha em uma crise política em 2017.
“Eles pensaram que estariam comemorando minha prisão e pensaram que essa punição faria com que nós dissuadíssemos, e vocês”, disse ele. “Bem, eles estão errados.”
Polícia espanhola procura líder separatista da Catalunha
Quando terminou de falar, Puigdemont foi para os bastidores e, depois disso, a polícia e a mídia não conseguiram localizá-lo.
A busca por seu paradeiro criou um caos no trânsito em Barcelona e próximo à fronteira com a França, pois a polícia montou bloqueios nas estradas e revistou os porta-malas dos carros.
Fuga
Puigdemont, de 61 anos, fugiu para a Bélgica há sete anos, depois de uma tentativa fracassada de secessão, e vive no exílio desde então.
Ele está foragido depois de ter sido condenado por um suposto desvio de recursos, o que ele nega.
Os seus apoiadores esperam que seu retorno reacenda o entusiasmo pela causa da independência catalã, que perdeu apoio nos últimos anos.
Autoridades graduadas do partido Juntos pela Catalunha, de Puigdemont, incluindo o presidente do Parlamento, Josep Rull, e membros do separatista moderado Esquerda Republicana da Catalunha, que atualmente dirige o governo regional, lideraram uma marcha até o Parlamento catalão após o ato.
Na quarta-feira (7), Puigdemont anunciou que havia iniciado sua “viagem de volta do exílio”, dizendo que continuava comprometido a comparecer à sessão de quinta-feira do Parlamento regional, que está se reunindo para empossar o novo líder da região após uma eleição em maio, na qual o partido de Puigdemont ficou em segundo lugar.
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