Maduro receberá ‘garantias’ para deixar o poder na Venezuela, diz líder da oposição; presidente do Panamá oferece asilo


María Corina Machado também falou que a comunidade internacional é ‘corresponsável pelo que acontece’ no país, razão pela qual pediu maiores esforços para apoiar a reivindicação de vitória da oposição nas eleições de 28 de julho. Maria Corina Machado e Edmundo González declaram vitória na eleição da Venezuela
Maxwell Briceno/Reuters
A oposicionista venezuelana María Corina Machado afirmou nesta sexta-feira (9) que oferecerá “garantias, salvo-conduto e incentivos” para que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, deixe o poder.
María Corina Machado, que tenta provar que o candidato da oposição, Edmundo González, derrotou Maduro nas eleições de 28 de julho se disse disposta também a fazer uma “transição negociada” de poder.
✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp
“Estamos decididos a avançar em uma negociação. Será um processo de transição complexo, delicado, no qual uniremos toda a nação”, disse Machado em entrevista à agência de notícias AFP.
Após a fala da opositora, o presidente do Panamá, José Raúl Mulino, ofereceu “asilo político” a Maduro e sua família.
✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp
O bloco da oposição da Venezuela alega que venceu as eleições realizadas em julho no país (leia mais abaixo). A Justiça eleitoral, aliada de Maduro, afirmou que o presidente foi reeleito, mas não apresentou as atas eleitorais, os documentos que registram os votos de cada local de votação, para provar o resultado.
“Estamos decididos a avançar em uma negociação. Será um processo de transição complexo, delicado, no qual uniremos toda a nação”, afirmou Machado.
Na entrevista, a oposicionista também ressaltou que a comunidade internacional é “corresponsável pelo que acontece na Venezuela”, razão pela qual pediu mais esforços para apoiar a reivindicação de vitória da oposição.
As perguntas da agência de notícias foram respondidas por María Corina Machado por áudio. Ela segue no esconderijo onde está desde semana passada por temer por sua vida.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que correspondente à Justiça eleitoral e é acusado de chavismo, proclamou a vitória de Maduro por 52% dos votos, embora não tenha publicadoas atas, alegando que o seu sistema foi hackeado.
A oposição afirma que o seu candidato, Edmundo González Urrutia, venceu as eleições com 67% dos votos e apresenta como prova um site com cópias de mais de 80% das atas digitalizadas, às quais o grupo teve acesso por meio de representantes que compareceram à grande maioria dos locais de votação.
No sábado (3), uma contagem independente das atas eleitorais feita pela agência de notícias Associated Press (AP) com base nessas atas indicou que o candidato oposicionista venceu o pleito, realizado na semana passada, com uma diferença de 500 mil votos.
“Maduro perdeu completamente, absolutamente, a legitimidade. Todos os venezuelanos e o mundo sabem que Edmundo González venceu de forma esmagadora e que Maduro pretende impor a maior fraude da história deste país. Sinto-me profundamente orgulhosa do que fizemos, do que a sociedade venezuelana fez, superando todos os obstáculos nas eleições mais desiguais e arbitrárias em termos de abusos e abusos do regime”, afirma a líder da oposição.
Pressão internacional
Maria Corina apresenta 4 princípios para negociar com Nicolás Maduro
Em uma nova nota conjunta publicada nesta quinta-feira (8), ministros das Relações Exteriores de Brasil, Colômbia e México voltaram a cobrar as atas eleitorais da Venezuela. Pela parte do Brasil, assinou o documento o ministro Mauro Vieira.
Os ministros disseram que cabe ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela apresentar as atas à sociedade. Isso porque esse órgão afirmou nos últimos dias que enviou os documentos ao Tribunal Supremo de Justiça, mas ainda não apresentou ao público.
“Consideram fundamental a apresentação pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) dos resultados das eleições presidenciais de 28 de julho de 2024 desagregados por mesa de votação. Ao tomarem nota da ação iniciada perante o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela (TSJ) sobre o processo eleitoral, partem da premissa de que o CNE é o órgão a que corresponde, por mandato legal, a divulgação transparente dos resultados eleitorais”, afirmam os ministros no texto.
O vídeo abaixo mostra a chefe regional de campanha da oposição María Oropeza sendo presa:
Chefe de campanha da oposição da Venezuela faz transmissão ao vivo de prisão
Adicionar aos favoritos o Link permanente.