Incidente com porta que abriu em voo da Alaska Airlines era evitável e falha deveria ter sido detectada pela Boeing, aponta órgão investigador


Boeing 737 Max 9 da Alaska Airlines teve a porta arrancada durante voo nos EUA em janeiro. ‘Gostaríamos de descer’: piloto de avião declara emergência após porta ejetar; ÁUDIO
O incidente com o Boeing 737 MAX 9 da Alaska Airlines, em que uma porta ejetou durante um voo em janeiro, era totalmente evitável e a falha que causou o incidente deveria ter sido detectada pela Boeing há anos, disse a presidente do Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB, em inglês), Jennifer Homendy, nesta quarta-feira (7).
“Este acidente nunca deveria ter acontecido. Isso deveria ter sido detectado anos antes”, disse Jennifer Homendy a repórteres.
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“Já houve inúmeras, inúmeras auditorias da Boeing, auditorias da FAA (Agência Federal de Aviação dos EUA), revisões de conformidade, planos de ações de conformidade, observando um histórico de trabalho não autorizado, remoções não autorizadas”, disse Homendy.
Uma porta ejetou do voo 1282 da Alaska Airlines minutos após a decolagem em Portland, Oregon, nos EUA, em 5 de janeiro deste ano. A explosão deixou um buraco no avião, as máscaras de oxigênio caíram e a porta da cabine do piloto se abriu. Não houve feridos graves e os pilotos conseguiram retornar a Portland e pousar o avião com segurança. (Leia mais abaixo)
O NTSB e a FAA investigam o caso desde janeiro. A própria NTSB disse que sua investigação apontou que a porta ejetada pode nem ter sido parafusada na aeronave da Alaska Airlines.
Uma auditoria da FAA descobriu em março que a Boeing falhou no controle do processo de fabricação, no manuseio e armazenamento de peças do Boeing 737 Max, envolvido no incidente do voo da Alaska Airlines.
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Relembre o incidente
Peritos seguram porta de Boeing 737 Max 900 que se soltou quando avião estava no ar, em Portland, nos EUA, em 8 de janeiro de 2024.
Junta Nacional de Segurança dos Transportes dos EUA via AP
O voo 1282 havia decolado rumo a Ontário, na Califórnia, às 17h06 (22h06 em Brasília). O pouso ocorreu às 17h26 (22h26 em Brasília), de acordo com informações do site de monitoramento de voos FlightRadar24.
Fotos e vídeos postados por passageiros nas redes sociais mostram uma porta traseira do avião –que não estava em uso– aberta em pleno voo. Havia um assento ao lado da porta; ninguém estava sentado nele. (Veja no vídeo em destaque)
“Acordei do cochilo pensando que era turbulência. Acontece que a parede do avião voou enquanto [o avião] estava no ar”, postou Vi Nguyen no Tiktok.
Havia 171 passageiros e seis tripulantes a bordo, segundo a Alaska Airlines.
O avião se despressurizou rapidamente, e as máscaras de oxigênio caíram para auxiliar os passageiros a respirar. Ao perceber a despressurização, a tripulação executou uma descida de emergência e a aeronave retornou em segurança para o aeroporto de Portland, onde aterrissou.
Segundo os dados do FlightRadar24, o Boeing 737-900 Max estava ainda subindo, a 4.975 metros de altitude quando teve que retornar –bem abaixo da altitude de cruzeiro, de cerca de 11 mil metros.
A porta que abriu não era utilizada como saída de emergência pela Alaska Airlines, de acordo com o site FlightRadar24. Por não estar em uso, não estava sinalizada como porta, o que explica alguns passageiros terem relatado que parte da fuselagem ou da parede do avião se abriu no ar.
Logo após o incidente, companhias aéreas pelo mundo retiraram os modelos Boeings 737 Max de circulação para inspeção.
A United e a Alaska Airlines informaram dias após o incidente que encontraram parafusos e peças soltas em portas de Boeing 737 Max 9 das companhias durante inspeção.
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