Campanha de Trump comete gafe ao atacar Tim Walz e dá a entender que candidato republicano não deveria poder votar


Em comunicado oficial, campanha de Trump criticou Walz, governador de Minnesota, por conceder o direito do voto a criminosos condenados no estado. O candidato republicano foi condenado pela Justiça dos EUA no caso Stormy Daniels no final de maio. Governador de Minnesota, Tim Walz (à esquerda), e o ex-presidente Donald Trump.
Elizabeth Frantz/Reuters
A campanha de Donald Trump, candidato republicano à Casa Branca, cometeu uma gafe ao criticar a escolha de Kamala Harris pelo governador de Minnesota, Tim Walz, para ser companheiro de chapa da democrata nesta terça-feira (6).
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O comunicado oficial, assinado pela secretária de imprensa da campanha de Trump, Karoline Leavitt, criticou Walz por diversas razões e o chamou de “o pesadelo de todo americano”, mas uma delas causou estranhamento:
Walz foi criticado por uma política aprovada em Minnesota que concede o direito do voto a criminosos condenados. A polêmica? Aos olhos da Justiça americana, Donald Trump é um criminoso condenado.
Trump foi condenado no final de maio no caso Stormy Daniels, em que foi considerado culpado nas 34 acusações por fraude contábil ao ocultar um pagamento de US$ 130 mil (R$ 735,4 mil) para comprar o silêncio da atriz pornô Stormy Daniels durante eleição de 2016. A pena de Trump sai em setembro –é pouco provável que o republicano vá à prisão.
A gafe foi uma tentativa de caracterizar Tim Walz como um “perigoso extremista liberal”: “ao abraçar políticas para permitir o voto a criminosos condenados” em Minnesota mostra que o democrata “está obcecado em espalhar a perigosa agenda liberal da Califórnia por toda parte”, segundo Karoline Leavitt. (Leia mais abaixo)
A fala deu munição a críticos de Trump, que apontaram rapidamente apontaram que, se não fosse por tais políticas, o próprio Trump estaria impedido de votar.
PERFIL: Quem é Tim Walz, governador de Minnesota escolhido por Kamala para concorrer como vice nas eleições dos EUA
Tim Walz também atacou Trump junto com Kamala Harris no primeiro comício conjunto dos democratas na Pensilvânia nesta terça (6). Walz disse que Trump “semeia o caos e a divisão nos EUA” e afirmou que um segundo mandato do republicano “com certeza levará os EUA para trás”.
Walz foi escolhido nesta terça por Kamala Harris para ser seu vice na chapa democrata que concorre à Casa Branca nas eleições de novembro. Kamala assumiu a liderança do partido após o presidente Joe Biden desistir de concorrer à reeleição.
“Tenho orgulho em anunciar que eu convidei o governador Tim Walz para ser meu parceiro de chapa. Um dos aspectos que me marcou sorbe Tim é o fato de suas convicções em lutar pela classe média são profundas. É uma questão pessoal”, declarou Harris, que também cogitava o nome do governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, para o posto.
Após Harris formalizar o convite, Tim Walz respondeu que esta é a maior honra de sua vida e que está “totalmente dentro”.
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Trump ataca Walz
Os ataques de Donald Trump a Tim Walz ocorreu por meio de um email para apoiadores:
“Tim Walz seria o pior vice-presidente da história! Ainda pior que a perigosa liberal e corrupta Kamala Harris. Ele é ruim neste nível. Ele vai desencadear o inferno na terra e abrir nossas fronteiras para os piores criminosos que vocês possam imaginar”
Pouco antes, a secretária de imprensa da equipe de campanha de Trump divulgou um comunicado oficial. No texto, Karoline Leavitt chamou Walz de “radical de esquerda” e “perigoso extremista liberal”:
“Não é surpresa que a liberal de São Francisco Kamala Harris escolheu seu queridinho da Costa Oeste Tim Walz como parceiro de chapa. Walz passou todo seu mandato como governador tentando moldar Minnesota à imagem do estado dourado. (…) Walz é obcecado por espalhar a agenda liberal perigosa da Califórnia. Se Walz não disser a verdade para os eleitores, nós vamos: assim como Kamala Harris, Tim Walz é um perigoso extremista liberal e a chapa Harris-Walz, sonho da Califórnia, é o pesadelo de todo americano”.
Comunicado da equipe de campanha de Trump sobre a escolha de Tim Walz
Reprodução/X
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