Projeto do Instituto Cerrado do Brasil em Tocantins tem apoio da BluestOne


Expedição Águas Limpas do Rio Novo coletou informações para avaliar a qualidade do rio, um dos poucos de água potável do mundo, e avistou exemplares do pato-mergulhão Pesquisadores percorreram 100 quilômetros pelas águas do Rio Novo e afluentes durante três dias
Crédito: Luciano Benetton
Uma expedição ao coração do Brasil.
A região do Jalapão, em Tocantins, tem uma área de 13 mil quilômetros quadrados de áreas preservadas. A natureza foi tão generosa com esse lugar que o presenteou com um dos rios mais limpos do mundo – o Rio Novo –, que recebeu uma equipe de pesquisadores para avaliação da qualidade da água.
A iniciativa foi organizada pelo Instituto Cerrado do Brasil e pelo Projeto Pato-Mergulhão da Chapada dos Veadeiros. A BluestOne, empresa de gerenciamento de resíduos sólidos com sede em Saltinho-SP, participou como convidada, no intuito de somar esforços para a preservação dos recursos naturais da região.
Em três dias, o grupo percorreu cerca de 100 quilômetros, pelo Rio Novo e afluentes. Amostras de água foram coletadas em vários pontos para análises físico-químicas, microbiológicas e de DNA ambiental em um laboratório de Piracicaba-SP.
O veterinário Alexandre Resende, da BluestOne, explica que também foi investigada a possível presença de agrotóxicos e de fragmentos de DNA livres na água, de peixes e aves que vivem na região. Os resultados deixaram os pesquisadores animados.
“Constatou-se que o Rio Novo é um dos poucos do mundo com água potável. Realmente, é muito limpo”, explica Resende.
Pato-mergulhão
Isso traz perspectivas bastante otimistas. Entre elas, a de favorecer a permanência do pato-mergulhão (Mergus octosetaceus), ave rara que existe em apenas três áreas do Brasil. Uma é o Jalapão. As outras são a Serra da Canastra, em Minas Gerais – onde a BluestOne conduz um trabalho de conservação em parceria com o Zooparque de Itatiba-SP –, e a Chapada dos Veadeiros, em Goiás. Todas elas concentram, juntas, cerca de 250 exemplares do pato. Antigamente, eles chegaram a ser avistados, também, na Argentina e no Paraguai, mas, atualmente, estão restritos ao território brasileiro.
Manter a qualidade da água é importante para assegurar a permanência do pato-mergulhão na região
Crédito: Luciano Benetton
O Jalapão é a região que tem a menor população de patos-mergulhões. Por isso, os pesquisadores aproveitaram a expedição para monitorar o comportamento da ave, que é um indicador importante da qualidade da água. Se ela está presente no ambiente, significa que os recursos hídricos estão em boas condições, o que é fundamental para evitar a dispersão dos filhotes após o nascimento. Isso garante a sobrevivência da espécie e também dos ribeirinhos que dependem do rio.
O pato-mergulhão ganhou esse nome porque usa o bico fino para capturar peixes durante mergulhos. Ele se sente muito à vontade em meio a corredeiras. Por causa dessa característica, foi eleito, durante o 8º Fórum Mundial da Água, realizado em 2018 em Brasília-DF, Embaixador das Águas Brasileiras.
As informações coletadas pelos pesquisadores vão alimentar o banco de dados do Plano de Ação Nacional (PAN) para a Conservação do Pato-mergulhão, que existe desde 2006 e é coordenado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Ao longo de todo o trecho percorrido no Jalapão, foram avistados três casais e um filhote do pato-mergulhão. Uma mostra de que o coração do Brasil bate no ritmo da vida que pulsa nele.
Informações coletadas na região do Jalapão vão integrar o Plano de Ação Nacional (PAN) para a Conservação do Pato-mergulhão
Crédito: Luciano Benetton
SERVIÇO:
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