Homem preso após confessar estupro e assassinato de menina em Salvador foi denunciado por ameaça contra ex-mulher


Mulher registrou Boletim de Ocorrência em 2013, no município de São Gonçalo dos Campos. Ela afirmou que foi vítima de ameaça após cobrar pensão alimentícia. Vizinho suspeito de matar menina em Salvador
TV Bahia
O homem preso após ter confessado estuprar e assassinar uma menina de 8 anos, em Salvador, já foi denunciado por ameaça de morte contra a ex-companheira. O boletim de ocorrência foi registrado pela mulher em agosto de 2013, na Coordenadoria de Polícia Regional de São Gonçalo dos Campos, cidade a cerca de 130 km de Salvador.
A TV Bahia obteve acesso ao registro da denúncia em que a mulher relatou a violência. De acordo com ela, Joseilson Souza da Silva lhe proferiu ameaças após ser questionado sobre os atrasos no pagamento da pensão alimentícia dos três filhos.
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O documento aponta que o suspeito deveria ser intimado a depor e informa que foram solicitadas medidas protetivas. O g1 procurou o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) para apurar se as medidas foram instituídas, mas não obteve retorno até o momento.
Flagrante por abuso sexual
Antes do crime que gerou comoção nesta semana, em Salvador, Joseilson Souza da Silva chegou a ser preso em flagrante pela prática de abuso sexual contra outro menor em 2015, em São Gonçalo dos Campos, município onde nasceu e vivia.
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Em depoimento prestado à polícia na terça-feira (23), ele disse que só não concretizou o abuso porque os pais da criança e a polícia impediram.
O boletim de ocorrência, também obtido pela TV Bahia, traz outras informações: o homem foi flagrado de cueca, se debruçando sobre o corpo de uma menina de 5 anos.
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Quando a garota conseguiu chamar atenção dos pais, Joseilson fugiu. Moradores da região tentaram linchá-lo, mas a polícia conseguiu resgatá-lo e o encaminhou ao Presídio Regional de Feira de Santana.
A Polícia Civil disse ao g1 que ele foi posto em liberdade dias depois pela Justiça.
Agora, com a nova prisão, a corporação pediu a prisão preventiva do suspeito. O homem deve passar por audiência de custódia na quinta-feira (24).
‘Vontade de matar’
O pai da menina Aisha Vitória, morta após ser estuprada e estrangulada por Joseilson, no bairro de Pernambués, em Salvador, contou nesta quarta-feira (24) que questionou o suspeito sobre a motivação do crime e recebeu como resposta que o homem teve vontade de matar a vítima.
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“Perguntei: Por que você fez isso com minha filha? E ele disse: ‘Porque eu tive vontade de matar’. Aí os policiais mandaram eu me afastar”, contou Rogério Silva, pai da menina.
Joseilson Souza da Silva, de 43 anos, foi preso em flagrante na terça-feira, horas após o corpo ter sido encontrado sobre sacos de materiais de construção na Travessa São Jorge, a cerca de 30 metros da residência onde ela vivia com os pais e os irmãos.
“Esse cara foi tão frio, que viu toda movimentação e esperou o momento da fraqueza de todos da rua para pegar o corpo dentro da casa dele e colocar na rua. Ele não demonstrou arrependimento. Foi frio”, lamentou.
Pai de Aisha Vitória se emocionou durante o sepultamento
Reprodução/TV Bahia
Segundo a polícia, em depoimento, Joseilson confessou ter violentado sexualmente e assassinado Aisha Vitória por asfixia, na casa onde ele morava, perto da moradia da vítima. [Veja detalhes abaixo] Ele segue preso e passará por audiência de custódia na manhã de quinta-feira (25).
O corpo de Aisha Vitória foi sepultado sob forte comoção de familiares e amigos e pedidos de justiça, no fim da manhã desta quarta, no Cemitério da Ordem Terceira do Carmo. A mãe dela passou mal e precisou de suporte de uma equipe do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) no local.
No mesmo horário da despedida, moradores de Pernambués fizeram um protesto na Avenida Paralela, uma das mais movimentadas da capital baiana. Na terça-feira (23), um grupo já havia feito uma manifestação no mesmo trecho, e queimou pertences de Joseilson para bloquear o trânsito.
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Premeditação
Conforme a Polícia Civil, Joseilson confessou que a ação foi planejada. Ele detalhou que ter mudado para a localidade há quatro meses e disse que “sempre observava a criança” quando ela passava a caminho da escola ou quando saía para brincar com outros vizinhos.
O registro do depoimento indica que ele, “premeditadamente, decidiu faltar ao trabalho, posto que já pretendia atrair a vítima para sua casa”.
Aisha Vitória foi morta no bairro de Pernambués.
Arquivo Pessoal
“A confissão por si só precisa ser confrontada com os outros elementos de prova. Não é a toa que vários outros exames complementares foram solicitados, um dos quais o encaminhamento do perfil genético dele para o Banco Nacional”, explicou a diretora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, delegada Andreia Ribeiro.
A Polícia Civil da Bahia solicitou à Justiça a autorização para que o material genético do investigado seja incluído no Banco Nacional de Perfis Genéticos. A partir dessa inclusão, vai ser possível identificar se ele cometeu outros crimes deste tipo.
“É possível que esse indivíduo possa estar envolvido com outros crimes da mesma natureza, não só na Bahia, mas em outros estados”, pontuou Andreia. Ainda não há um prazo para que a polícia receba resposta sobre o pedido.
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Cronologia do crime contra Aisha, segundo a confissão do suspeito
👉 16h30 de segunda-feira (22) – Joseilson aproveitou que Aisha brincava sozinha para chamá-la até a casa dele. Como a menina não aceitou, ele “tapou a boca” dela e a puxou à força.
👉 Dentro do imóvel, usou uma boneca furtada de outra criança para acalmar a menina e evitar que ela gritasse por socorro. Depois disso, ele abusou sexualmente da criança e a estrangulou “para que ela perdesse a consciência”.
👉 18h – Ele disse que, nesse horário, a criança ainda estava viva, porém desacordada, e notou familiares e vizinhos procurando por ela.
👉 19h – Decidiu matar a menina por entender que, se a libertasse, “seria descoberto”.
👉 Joseilson a estrangulou até a morte e, ao longo da noite, limpou vestígios do crime e planejou como abandonar o corpo.
👉 3h30 de terça-feira (23) – Ao perceber que as buscas tinham sido interrompidas, saiu e deixou o corpo em um beco, em cima de sacos de materiais de construção, próximo à rua onde mora.
👉 De volta à residência, percebeu que se esqueceu de pegar os chinelos da garota e os atirou no telhado da vizinha para ocultar provas. Fez o mesmo com a boneca, escondendo-a atrás da geladeira.
👉 Em seguida, tomou banho e dormiu no mesmo colchão em a garota foi morta.
👉 Pela manhã, acordou com gritos dos pais de Aisha, no momento em que encontraram o corpo dela.
Caso Aisha Vitória: velório é marcado por forte comoção em Salvador
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