Polícia Civil investiga casal filmado imitando macaco em roda de samba no Rio


‘Estavam extremamente à vontade em cometer esse ato racista’, afirmou jornalista autora do vídeo que repercutiu nas redes sociais. O caso é investigado pela Decradi. Casal é filmado imitando macaco em roda de samba no Rio
A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) registrou um boletim de ocorrência e passou a investigar o casal de pessoas brancas filmado imitando macacos em uma roda de samba em Santa Teresa, na região central do Rio de Janeiro, na noite da última sexta-feira (19). A jornalista Jackeline Oliveira, que filmou a cena, esteve na unidade para falar sobre o caso.
Em entrevista ao g1, ela afirmou que os dois não se sentiram constrangidos em nenhum momento.
“Muito pelo contrário, eles estavam rindo, brincando. Estavam extremamente à vontade em cometer esse ato racista”, afirmou Jackeline.
A Decradi tenta identificar os dois. O caso teve grande repercussão nas redes sociais.
“O racismo é uma violência que atravessa as pessoas pretas de diversas formas. Cada pessoa tem uma reação e às vezes não tem reação. Quando eu vi o que estava acontecendo, a minha reação foi filmar e chamar o segurança”, comentou a jornalista.
Casal imita macacos durante roda de samba no Centro do Rio
Jackeline Oliveira
Wanderso Luna, representante da roda PedeTeresa, onde o caso aconteceu, esteve na delegacia para acompanhar a jornalista e pediu que as autoridades punam o casal.
“Ali é um evento democrático, feito por pessoas pretas e ainda sim estamos vulneráveis a essa situação, porque vivemos em uma sociedade racista”, disse Luna.
Ele destacou a importância do combate efetivo a atos racistas.
“Aquilo é uma repetição de todo dia. Não tem nada de novo. A Jacke filmou e mostrou o que acontece sempre. Precisamos mudar isso. Tem um debate profundo sobre o racismo. Precisamos mostrar para a sociedade que tem que mudar. Eu me sinto desassistido”, destacou.
A jornalista Jackeline Oliveira esteve na Decradi na manhã desta segunda-feira (22)
Reprodução/ TV Globo
Segundo a vereadora Mônica Cunha (PSOL-RJ), presidente da Comissão de Combate ao Racismo da Câmara dos Vereadores do Rio, mais de 40 casos semelhantes registrados na capital fluminense foram denunciados e estão sendo acompanhados.
A comissão foi criada ano passado.
“Tristemente, eu vi a necessidade da criação dessa comissão, lançada no ano passado e que acontece por conta dessa constante situação. Em um samba acontece isso. As pessoas precisam entender que racismo é crime”, finalizou a vereadora.
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