Emerson Luis. Esporte: Vício

“Você não vai parar nunca mais”.

Isso me foi dito por um senhor na casa dos 55 anos.

Logo após eu ter participado de minha primeira corrida (e caminhada) de 4 km.

Na expectativa antes da Corrida da CDL. Foto: Arquivo pessoal

Ele ratificou o que geralmente os participantes de provas de rua sentem.

Que correr causa dependência.

A pessoa fica viciada.

Animado antes da prova. Foto: Erison Krueger

Apesar de ter gostado da experiência, acredito que não vou ficar fissurado.

Até porque quem se dedica a essa vida de atleta, precisa abrir mão de muita coisa.

Além de ser disciplinado, perseverante e regrado.

Respeito quem faz esse tipo de escolha.

Afinal, cuidar da saúde, é a mais correta das opções.

Com a medalha de participação. Foto: Arquivo pessoal

Senti uma grande satisfação ao completar o percurso em 33 minutos.

Para quem não fez nenhuma preparação específica, até que curti minha performance.

Precisava me testar.

Sentir a energia e a carga de adrenalina que tanto falam.

Fiquei “chapado” por algumas horas no decorrer do dia.

Você fica, de fato, revigorado, grato.

Trotando na Rua 7. Foto: Erison Krueger

Com esforço e foco até conseguiria mudar meus hábitos.

Contudo, não pretendo passar por essa metamorfose.

Medalha da prova de 4 km. Foto: Arquivo pessoal

Pois ao invés de aproveitar o momento e dar uma virada de chave, fui almoçar na casa da minha mãe e do meu irmão.

No cardápio, churrasco, maionese, cerveja e rock and roll.

Churrasco pós corrida. Foto: Arquivo pessoal

Tudo em excesso faz mal.

Se o cara encher a cara e comer porcaria todos os dias, uma hora vai infartar.

Assim como aquele que pensar apenas em treinar e competir como um louco, seguir uma dieta rigorosa e ainda cultuar o corpo, vai pirar em algum momento.

Resenhando com o mano Jeferson. Foto: Arquivo pessoal

É necessário ter equilíbrio semanal.

O meu está longe do ideal.

Mas é o que me da prazer e satisfação.

Nos raros momentos na academia do prédio com os filhos. Foto: Arquivo pessoal

Nas segundas-feiras faço meu treinamento funcional com a orientação do Everson Preto.

Ultimamente temos puxado um ferrinho porque a musculação é fundamental para quem não é mais um menino e pensa em envelhecer sem pedir um favor básico aos filhos.

Como por exemplo, usar uma escada para pegar uma xícara na prateleira.

Com Everson “Preto” e colegas na VO2 Artes Marciais. Foto: Arquivo pessoal

Nas terças-feiras pedalo nas aerobikes do Sandro Stefanos.

Atividade essencial na “pelada” da semana.

Com Sandro Stefanos na TFT Fitness. Foto: Arquivo pessoal

As quartas volto a “malhar”.

E começo a dar um tempo.

Já que nas quintas, a prioridade é a patota de futebol.

Planet Ball Garden, o “templo sagrado” da nossa turma. Foto: Patota 5ª Tentativa

Galera boa de bola, copo, garfo e resenha.

Encerramento da Patota 5ª Tentativa em dezembro de 2023. Foto: Arquivo pessoal

Às sextas me dedico exclusivamente à família.

Quando não trabalho aos sábados costumo sair para tomar um chopinho e comer um lanchinho.

Com a parceira Roberta no Madrugadão. Foto: Arquivo pessoal

Se tem trampo no dia seguinte, fico em casa, sossegado.

Uma pizza quase sempre rola.

Pizza sagrada da Don Corleone. Foto: Arquivo pessoal

A folga no fim de semana permite fazer, uma ou outra vez, alguns passeios na região.

Em Benedito Novo. Foto: Arquivo pessoal

Quando as agendas não conflitam, gosto de receber os mais chegados.

Celebrando a vida com a Família Piske. Foto: Arquivo pessoal

Assim como tenho o costume de frequentar a casa deles.

Amizade dos irmãos Joanes e Marcelo e suas esposas. Foto: Arquivo pessoal

Aquela troca agradável e justa, que muitos amigos costumam fazer.

“Só traz a gelada que está tudo certo”.

Com amigos e parceiros. Foto: Arquivo pessoal

Aos domingos, descanso.

Vejo filmes, séries e jogos.

De vez em quando rola um encontro como o do último dia 9, da FluTimbó.

Com Júlio, Leonetti e Jeferson. Foto: Arquivo pessoal

Ou ainda uma volta na Rota de Lazer (que deveria fazer com mais frequência).

Com a família na Rua XV. Foto: Arquivo pessoal

Se optasse pelas provas teria de repensar toda a programação.

Que curto demais.

E não estou disposto, por ora, a trocar.

Com a família em um almoço de domingo. Foto: Arquivo pessoal

E tem outra:

Correr custa caro (financeiramente falando).

Você precisa de uma boa preparação e até uma assessoria.

Não pode usar qualquer tênis furreca.

Dependendo da distância precisa pegar a estrada, tomar avião, ficar em hotel…

Corridas de rua exigem tênis apropriados. Foto: Internet

Lógico que existe o lado bom.

Você conhece lugares lindos, faz belos passeios.

Basta ver a trajetória de Raul Cardozo.

Aos 76 anos de idade, completou na Corrida da CDL, sua prova de número 1653 – são 1464 corridas de rua.

Raul Cardozo em mais uma corrida de rua. Foto: Arquivo pessoal

São 59 maratonas no currículo de quase quatro décadas.

A primeira, em 1983, em Blumenau, organizada por Ivo da Silva, técnico de marcha atlética.

Ficou em 21º lugar entre os 58 inscritos.

Maratona Internacional de Blumenau na década de 80. Foto: Organização

Disputou seis vezes a Maratona de Nova York.

Raul participou da Maratona de Nova York. Foto: Arquivo pessoal

Por duas oportunidade completou os 42 km e 195 metros da Maratona de Boston, considerada a mais famosa e tradicional do mundo (128 edições).

30 mil pessoal participam da Maratona de Boston. Foto: Internet

Esteve ainda em Paris, Londres, Berlim, Amsterdã e Vancouver.

Atleta também esteve na Maratona de Paris. Foto: Arquivo pessoal

Dezenas de participações em São Paulo (São Silvestre), Rio de Janeiro, Porto Alegre e Curitiba.

Correu ainda na neve de Ushuaia, na Argentina, na “Mountain do Fim do Mundo”.

Mountain do Fim do Mundo. Foto: Raul Cardozo

Sem contar as 130 meias-maratonas.

Raul Cardoso no alto do pódio. Foto: Arquivo pessoal

Conseguiu, óbvio, por sua tenacidade e paixão pelo esporte.

Porém, vem escrevendo sua admirável história porque tem condições financeiras.

Só um exemplo.

Um pacote de seis dias para a Maratona de Boston, por exemplo, custa cerca de R$ 20 mil.

Em um sábado de folga. Foto: Arquivo pessoal

Sempre deixei claro aos meus professores parças, quando o treinamento é mais puxado, que não sou e nem pretendo ser atleta.

Quero me sentir bem, ter saúde.

Física, espiritual e mental.

“Encontro dos Polacos”. Foto: Arquivo pessoal

E isso se constrói com alegria e reciprocidade.

Estando ao lado de gente do bem.

Resolvida.

Leal.

Que te respeita.

Que te aceita.

Independentemente de suas predileções e decisões.

Emerson Luis é jornalista. Completou sua graduação em 2009. Trabalha com comunicação desde 1990 quando começou na função de repórter/setorista na Rádio Unisul – atual CBN. É apresentador, repórter, produtor e editor de esportes do Balanço Geral da NDTV Blumenau. Na mesma emissora filiada à TV Record, ainda exerce a função de comentarista, no programa Clube da Bola, exibido todos os sábados, das 13h30 às 15h. Também é boleiro na Patota 5ª Tentativa.   

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