Pabllo Vittar triunfa na parada global com feat alternativo, em ano do pop festeiro e melancólico


“Alibi”, feat da brasileira com iraniana Sevdaliza e a francesa Yseult, chegou (até agora) à 12ª colocação do ranking de músicas mais ouvidas do mundo no Spotify; veja análise do g1. g1 analisa ‘Alibi’, feat de Pabllo Vittar com Sevdaliza
Depois de Anitta dominar a parada global de músicas com “Envolver” em 2022, é a vez de Pabllo Vittar escalar o mesmo ranking.
Na lista de faixas mais ouvidas do Spotify no mundo, a brasileira chegou (até agora) à 12ª colocação com “Alibi”. A música é uma parceria com a cantora iraniana de pop experimental Sevdaliza — uma espécie de Björk das novas gerações. A francesa Yseult também participa da gravação.
As cantoras Yseult, Sevdaliza e Pabllo Vittar no clipe de ‘Alibi’
Reprodução/YouTube
Lançada em junho, “Alibi” foi beneficiada pelo bom momento do pop alternativo. Dois dos discos mais elogiados e comentados do ano têm letras melancólicas embaladas em batidas esquisitonas — muitas delas festeiras e ao mesmo tempo sombrias:
“Hit me hard and soft” mostrou a jovem Billie Eilish discorrendo sobre desilusões numa perspectiva mais madura;
“Brat” colocou a popstar de nicho Charli XCX em seu auge, com reflexões profundas sobre a vida e a indústria da música.
“Alibi” surfa na mesma onda, com uma letra sobre amor, dor e vulnerabilidade:
“Você lembra quando foi a última vez que se sentiu segura no escuro? Esse mundo não foi feito pro coração de uma mulher.”
Pabllo aparece com expressão de voz mais grave, bem diferente da que ficou conhecida em suas músicas.
Ritmos latinos
Mas o verdadeiro segredo da faixa está no sample. A música que serve de referência para a melodia de “Alibi” é “Rosa”, uma canção tradicional colombiana, que se conecta com as raízes indígenas da América Latina.
A origem da música não é completamente conhecida: já foi atribuída à cantora colombiana Irene Martínez, ao compositor do mesmo país Magín Diaz e ao grupo cubano Sexteto Habanero. Sabe-se que ela foi feita entre as décadas de 1920 e 1930, mas as versões mais conhecidas foram lançadas por cantores latinos a partir dos anos 80.
Capa do álbum ‘El orisha de la rosa’, de Magín Díaz; colombiano é um dos compositores que reivindicam autoria da música ‘Rosa’
Divulgação
Em “Alibi”, um trecho de “Rosa” é muito bem encaixado no refrão, para ajudar a construir a atmosfera de mistério da música. Ao misturar a referência de ritmos tradicionais latinos com o funk brasileiro, os criadores da faixa chegaram em uma sonoridade cosmopolita e descolada.
Entre os 11 nomes nos créditos da composição, dois são de brasileiros: Rodrigo Gorky e Number Teddie, parceiros frequentes de Pabllo. Apesar da participação deles, as menções de funk em “Alibi” poderiam ter sido melhor trabalhadas, para alcançar um som ainda mais original.
É um problema que pode ser resolvido numa versão remix. Há a expectativa de que ela aconteça e rumores rondam uma possível participação especial, que poderia impulsionar ainda mais a música na parada global. Nomes como o do astro porto-riquenho Bad Bunny e da cantora espanhola Rosalía são requisitados pelos fãs.
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