Paraíba ocupa 3º lugar no ranking nacional de analfabetismo de quilombolas com 15 anos ou mais


Além da terceira maior taxa de analfabetismo de 26,9%, a taxa de alfabetização das pessoas quilombolas no estado é de 73,1% — também o terceiro pior número do país. Taxa de alfabetização das pessoas quilombolas na Paraíba é de 73,1%, a terceira menor do país
Reprodução/Youtube
A Paraíba ocupa o 3º lugar no ranking nacional de analfabetismo da população quilombola de 15 anos ou mais de idade, conforme dados do Censo Demográfico 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE) divulgados nesta sexta-feira (19).
A taxa de analfabetismo da população quilombola paraibana é de 26,9%, acima da média nacional de 16%. Foi a terceira maior taxa do país, menor apenas que as taxas registradas em Alagoas (29,8%) e no Piauí (28,8%).
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A condição de pessoa analfabeta no ano passado era mais comum entre os homens do que entre as mulheres. Segundo o IBGE, em relação aos quilombolas ainda não alfabetizados nessa faixa etária, 55,1% eram do sexo masculino e 44,9% do sexo feminino.
Já a taxa de alfabetização da população dessa faixa etária é 73,13%, que corresponde a um total de 9.120 pessoas quilombolas. O percentual também é o 3º pior do país, acima apenas dos registrados em Alagoas (70,2%) e no Piauí (71,3%).
Apesar disso, a taxa de alfabetização dos quilombolas ficou 10,9 pontos abaixo da taxa estadual para o grupo da mesma idade, que foi de 84%.
No total de 12.471 pessoas quilombolas com 15 anos ou mais de idade residentes no estado, a taxa de analfabetismo paraibana corresponde a 3.351 pessoas quilombolas de 15 anos ou mais de idade que, em 2022, ainda não eram alfabetizadas.
A pesquisa também mostra que a taxa de alfabetização dos quilombolas é inversamente proporcional à idade, sendo mais alta entre os mais jovens, os quais têm tido mais acesso à educação do que tiveram os mais idosos.
Em 2022, na Paraíba, a taxa de alfabetização entre as pessoas quilombolas com idade acima de 65 anos era de 32,2%, menos do que a metade da taxa estadual (73,1%). Para os grupos etários mais jovens, as taxas eram maiores: 91,4% das pessoas entre 25 e 34 anos eram alfabetizadas; seguidos de 94,9%, para a população de 20 a 24 anos; e de 96% para os jovens de 15 a 19 anos.
No estado, as taxas de alfabetização são mais elevadas entre as pessoas quilombolas que residem dentro de territórios oficialmente delimitados (74,5%), do que entre aquelas que estão localizadas fora desses territórios (72,9%) — diferente dos cenários brasileiro e nordestino.
O Censo Demográfico 2022 identificou 92 localidades quilombolas no território paraibano, associadas a 77 comunidades quilombolas declaradas pelos informantes da pesquisa. Do total de 92 localidades quilombolas, 76 (82,6%) delas se localiza fora de Territórios Quilombolas oficialmente delimitados, ficando 16 (17,4%) delas dentro desses territórios.
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