Quem era a jovem que teve corpo encontrado enterrado após ser dada como desaparecida pelo companheiro


Dayara Talissa Fernandes, de 21 anos, era natural do município de Diamantino, no estado do Mato Grosso. Companheiro da jovem foi preso, suspeito de matá-la e fingir seu desaparecimento. Polícia procura por corpo de Dayara Talissa Fernandes da Cruz, em Orizona, Goiás
Divulgação/Polícia Civil
A jovem Dayara Talissa Fernandes, de 21 anos, que teve seu corpo encontrado enterrado em uma “cova” de 5 metros em uma fazenda após ser dada como desaparecida pelo companheiro, que é suspeito de matá-la, em Orizona, no oeste do estado, sonhava em ser mãe. Ela foi definida como uma pessoa de coração bom e sem maldades pela irmã, Daniela da Cruz.
” Ela tinha muita vontade de ser mãe. Tinha um coração muito bom. Nunca fez mal a ninguém”, disse a irmã ao g1.
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A jovem era natural do município de Diamantino, no estado do Mato Grosso. Dayara não tinha emprego formal, pois, segundo a família, Paulo Antônio Eruelinton Bianchini, suspeito do crime, não permitia que ela trabalhasse.
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Segundo a irmã da jovem, Paulo era ciumento e violento durante o relacionamento. De acordo com ela, os dois chegaram a terminar no final de 2023, mas reataram no início deste ano.
“Ele era possessivo, ciumento e estressado. Eles viviam brigando, ela vivia cheia de hematomas pelo corpo”, contou a irmã.
O advogado de Paulo Bianchini, Divino Diogo, disse que apresentou seu cliente na delegacia de Vianópolis em 1º de julho para colaborar com a Justiça. A defesa afirmou que contestará as inconsistências no inquérito, que tem “meros indícios em razão do vínculo afetivo com a suposta vítima” – leia nota na íntegra no final do texto.
Desaparecimento
Dayara da Cruz teria sumido no dia 10 de março deste ano, em Orizona. A Polícia Civil informou que seu companheiro registrou o desaparecimento dela no dia 25 do mesmo mês. Segundo a investigação, foram constatadas contradições no depoimento dele e, por isso, a polícia passou a considerá-lo suspeito de ter matado a mulher, ocultado o corpo e registrado o desaparecimento.
Contradições em depoimento
Daniela da Cruz contou que, inicialmente, Paulo afirmou aos familiares que havia deixado a jovem em uma rodoviária, mas posteriormente alterou sua versão diversas vezes, afirmando que ela tinha desaparecido de outros locais.
Quando questionado pela família, o homem chegou a parar de responder e bloqueou a mãe e a irmã de Dayara.
Quem é o suspeito?
Paulo Antonio Eruelinton Bianchini é suspeito de matar Dayara Talissa Fernandes da Cruz, em Orizona, Goiás
Arquivo pessoal/Daniela da Cruz
Paulo Antônio Eruelinton Bianchini é um empresário de 34 anos. Em razão das suspeitas, a polícia tentou cumprir mandados de busca e apreensão, além do mandado de prisão do suspeito, no dia 24 de junho. As operações ocorreram sem sucesso em quatro cidades do interior de Goiás. Em 1º de julho, Paulo se entregou.
Ossada encontrada
Local onde ossada de Dayara Talissa foi encontrada em Orizona, Goiás
Divulgação/PC-GO
O laudo da perícia confirmou que a ossada encontrada enterrada em uma fazenda de Orizona no dia 6 de julho é da jovem Dayara Talissa, conforme divulgou a Polícia Civil. A confirmação foi divulgada no dia 16 de julho.
Com o uso de uma máquina, a polícia encontrou a ossada, que estava enterrada a aproximadamente 5 metros de profundidade. “Os restos mortais foram recolhidos pelo IML, bem como os pertences que foram arrecadados no local. As investigações prosseguem a fim de esclarecer a autoria e eventual participação de outros investigados no ato”, afirmou o delegado.
Por quais crimes Paulo é suspeito?
O companheiro de Dayara é suspeito de ter a assassinado, ocultado o corpo dela e registrado o falso desaparecimento na Polícia Civil. Segundo Kennet Carvalho, delegado responsável pelo caso, o empresário deve responder por três crimes.
“Ele foi preso por ser suspeito de homicídio, ocultação de cadáver e fraude processual”, especificou.
Nota da defesa do suspeito
O advogado Dr. Divino Diogo afirma em nota que apresentou o seu cliente Paulo Antônio na delegacia de Vianópolis na tarde do dia 1º de julho, no intuito de colaborar com a justiça, já que havia o mandado de prisão expedido em seu desfavor. O advogado afirma ainda que pela via processual irá rechaçar as incongruências contidas no inquérito policial, as quais são baseadas em indícios apenas em razão do vínculo afetivo entre Paulo e a vítima. O objetivo é comprovar em juízo a negativa de autoria do acusado.
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