Dia da Cachaça: Purinha ou com jambu, acompanhada de torresmo e até de churrasco, a bebida é a estrela dos balcões


A bebida mais mineira de todas é patrimônio cultural e histórico do país. Minas Gerais é a maior produtora de cachaça do Brasil. Curadoria de cachaças do bar Via Deslândes.
Alícia Coura/g1
🥃 Vai uma cachacinha ai? Não tem como pensar na bebida sem pensar em Minas Gerais. O estado é o maior produtor nacional da bebida, com 41,4% das cachaçarias do país, segundo o Anuário da Cachaça de 2024, divulgado pelo governo federal. (saiba identificar uma cachaça de qualidade mais abaixo)
Nesta sexta-feira (13) é celebrado o Dia Nacional da Cachaça e o g1 visitou alguns lugares de Belo Horizonte que conservam a tradição de servir uma boa “marvada” (com o perdão do trocadilho).
Tradição familiar
Mercadinho Katanga em BH
Alicia Coura/g1
“Muita gente vem aqui só pra comprar a cachaça. Aqui é um bar muito acolhedor, todo mundo da região conhece, e existe a muito tempo. Queremos manter a memória viva” , disse Neivaldo Bicalho, dono do Mercadinho Katanga, no bairro nova Floresta, na Região Nordeste da cidade.
O estabelecimento tem mais de 40 anos de história. Além de servir vários tipos de cachaça, sempre acompanhada de uma linguicinha ou um queijinho, o Katanga também produz sua própria aguardente.
A cachaça Katanga existe há 50 anos. Toda a produção vem de João Monlevade, cidade a 115 quilômetros de Belo Horizonte. Lá, a família tem uma fazenda e produz, além da bebida, diversos tipos de temperos e salgados que são vendidos no mercadinho.
Cachaça e tira-gosto
Comida mineira no Via Deslândes
Alícia Coura/g1
Um tira-gosto com cachaça sempre cai bem, não é? Esse é o diferencial do Via Deslândes. O local está localizado no bairro Anchieta, na Região Centro-sul de Belo Horizonte, e é focado na gastronomia mineira. O dono e chef de cozinha Miguel Murta, conta que a comida e a cachaça são complementares.
“O pessoal toma cachaça pra abrir o apetite, ainda mais no calor. No estado inteiro é cultural. Tem muita cachaçaria, qualquer lugar no interior que você chega tem um alambique. Beber cachaça, petiscar e conversar é a religião do mineiro” comenta Miguel.
A pinga já é parceira do torresmo. Mas também vai bem com churrasco, vinagrete e farofa, além do bolinho de mandioca. Miguel, que trabalha com cachaçarias desde 2001, tem o estabelecimento há dois anos.
Do copinho ao coquetel
Guilherme Costa, sócio da Cachaçaria Lamparina.
Alicia Coura/g1
Com jambu e licor de pequi, ao lado de um refrigerante de gengibre, fazendo par com xarope de groselha. A Cachaçaria Lamparina, que fica no Mercado Novo, trouxe modernidade para a tradição.
Segundo o diretor e bartender Guilherme Costa, de 38 anos, uma das tradições da cachaçaria é fazer uma curadoria, utilizando cachaças feitas por pequenos produtores de Minas Gerais.
“A linha de produção da cachaça artesanal passa de geração para geração. É algo que perpetua a cultura de uma família e região” disse ele.
Cachaçaria Lamparina, localizada no Mercado Novo em BH.
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Pequenos produtores
A cachaça artesanal é produzida em alambiques, fundamentais para uma bebida de qualidade. Diferente da produção de larga escala, este método conta com fermentação natural.
Desde 2007, o processo de fabricação tradicional da bebida em alambique é declarado como patrimônio cultural pela Lei Estadual nº 16.688. A valorização dos produtores locais é um dos diferenciais da produção artesanal da cachaça.
Cachaça autoral do Mercadinho Katanga.
Alicia Coura/g1
Como saber se a cachaça é de qualidade?
O aroma é um dos fatores que mais determinam a qualidade de uma cachaça, mas outras características interferem diretamente sabor da cachaça.
Tempo de envelhecimento
Clima local
Solo onde é produzida
Tipo de cana
Tipo de madeira utilizada pra envelhecimento
O norte do estado é um dos mais maiores produtores de cachaça do país, devido ao clima e solo propício para a produção de cana de açúcar.
“Os tipos de madeiras diferenciam muito o sabor da cachaça, cada alambique tem sua própria particularidade e cada produtor tem sua própria personalidade, o que muda muito o sabor final” disse Guilherme, diretor da Cachaçaria Lamparina.
*Estagiária sob supervisão de Jô Andrade
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