‘Sou uma sobrevivente’, diz mulher que quebrou a coluna cervical em queda de elevador em prédio do estado


Vítima estava no elevador do prédio da secretaria de Fazenda do RJ quando elevador ultrapassou o teto. A Secretaria de Fazenda informou que a mulher havia tido ferimentos leves na época do acidente. A recepcionista Elaine Medeiros Ferreira, de 36 anos, teve ferimentos na cervical
Reprodução/TV Globo
Uma servidora terceirizada da Secretaria Estadual de Fazenda (Sefaz), que se feriu após um elevador de um prédio do órgão ter um problema na manutenção e ultrapassar o teto do 20ª andar, no último dia 1º de julho, sofreu uma grave lesão na cervical e precisou passar por uma cirurgia.
No dia do acidente, a assessoria de imprensa da pasta informou que a recepcionista Elaine Medeiros Ferreira, de 36 anos, teve ferimentos leves, passou por exames e estava fora de risco. No entanto, Elaine quase perdeu o movimento das pernas e dos braços.
Elaine Medeiros foi operada no dia 9 e teve alta médica somente nesta quinta-feira (18). A recepcionista está com o pescoço imobilizado e agora se recupera em casa, ainda debilitada.
A mulher está com movimentos comprometidos e precisa de ajuda para se locomover em casa. Nos próximos dias, ela terá que voltar no hospital para retirar os pontos.
Vítima foi retirada de dentro do elevador pelo Corpo de Bombeiros
Reprodução
No dia do acidente, ela foi resgatada por bombeiros e levada para o Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio. Naquele dia, o Corpo de Bombeiros disse que ela havia sido retirada do elevador com ferimentos graves. Mas, a Secretaria de Fazenda insistiu em dizer que a mulher estava bem.
Segundo a família, como ela precisava de uma cirurgia teve que ser transferida para o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), na Região Portuária, três dias após o acidente.
Recepcionista fala em trauma
Elaine conta que está traumatizada e hoje tem medo de pegar elevador novamente.
“Eu não sei o que aconteceu. Eu escutei um estouro muito forte. Por alguns minutos, quando eu abri os olhos eu estava caída no chão, com meu lado direito funcionando e a minha cervical quebrada”, disse Elaine, que completa:
Oito dias após o acidente, Elaine foi operada no Into
Reprodução/TV Globo
“Eu sou uma sobrevivente, mas uma sobrevivente que hoje depende de ajuda. Estou sobrevivendo ao pânico, porque não consigo ouvir barulho. O barulho me traz pânico, tormento, porque eu me lembro da situação. Mas eu estou aqui”.
Na nota no dia do acidente, a Sefaz informou que “os dispositivos de segurança reduziram o impacto do equipamento, que estava sendo utilizado por uma servidora”.
A pasta informou também que as causas do acidente estavam sendo apuradas pela Subsecretaria de Administração do órgão e também pela empresa responsável por fazer operação e manutenção dos elevadores. A Polícia Civil fez uma perícia no equipamento.
Problemas parecidos com o de julho já havia acontecido em abril. Por conta disso, a Sefaz chegou a enviar um comunicado, por e-mail, para servidores do edifício pedindo que eles evitassem os elevadores.
Orientação sobre elevadores foi encaminhado por e-mail
g1
Nele, a pasta afirmava que – por conta dos constantes problemas no equipamento – colocou dois funcionários da manutenção de plantão o dia inteiro para assegurar o funcionamento dos objetos.
Ainda segundo o comunicado, a Sefaz contratou uma consultoria especializada para diagnosticar os constantes problemas nos equipamentos e contratou uma empresa para trocar os objetos antigos por novos.
Como “medidas e recomendações para o momento”, a pasta suspendeu eventos no edifício sede; suspendeu serviços de café nos horários de pico; a marcação de reuniões com público externo em perídios do dia de maior movimento; e orientou o uso preferencial das escadas para deslocamentos curtos.
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