Apagão cibernético prejudica bolsas de valores e mercados de commodities e câmbio pelo mundo


Negociações ainda estavam em processo de normalização em vários lugares do mundo. Homem na Bolsa de Valores de Xangai, distrito financeiro de Pudong, na China, em 28 de fevereiro de 2020
Aly Song/Reuters
Os comerciantes de petróleo, gás, energia, ações, moedas e títulos de alguns lugares do mundo sentiram dificuldades para operar nesta sexta-feira (19), após um apagão cibernético afetar uma série de operações.
A LSEG Group, que administra a bolsa de valores de Londres, por exemplo, informou que suas plataformas de notícias e de dados sofreram uma interrupção que afetou usuários em todo o mundo, devido a um “problema técnico global de terceiros”.
Já a Bolsa Europeia de Energia, por sua vez, afirmou que os clientes que usam a plataforma de comércio de energia e gás Trayport estavam tendo problemas para negociar “devido a problemas de infraestrutura com prestadores de serviços terceirizados”.
Pelo menos seis fontes comerciais de grandes petrolíferas disseram que as operações foram afetadas. Shell, BP e Vitol não responderam ao pedido de comentários feito pela Reuters.
“Estamos tendo a mãe de todas as interrupções no mercado global”, afirmou um operador do mercado financeiro à agência de notícias Reuters.
Bancos ao redor do planeta também sofreram interrupções. Na Austrália, por exemplo, o Commonwealth Bank, maior banco do país, afirmou que alguns clientes não conseguiram transferir dinheiro devido à interrupção de serviços.
O mesmo aconteceu com a Capitec, da África do Sul, que informou que pagamentos com cartão, caixas eletrônicos e serviços de aplicativos sofreram interrupções significativas e precisaram ser restaurados. Na Alemanha, as operações chegaram a ser interrompidas, mas já foram normalizadas.
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Efeitos nos mercados
O apagão cibernético também já começa a afetar os negócios. Os futuros dos índices de ações dos Estados Unidos, por exemplo, operavam em queda nesta sexta-feira, à medida que investidores abandonavam ações de tecnologia enquanto avaliavam o impacto da interrupção tecnológica mundial que atingiu empresas de todos os setores.
As ações da Microsoft, por exemplo, chegaram a cair mais de 2,7% nas negociações pré-mercado, após a interrupção na nuvem. Nvidia e Apple, por sua vez, recuavam 0,9% e 0,3%, respectivamente.
Já os papéis da CrowdStrike Holdings recuaram 19% depois que o governo australiano disse que algumas interrupções no país pareciam estar ligadas a um problema na empresa.
A interrupção tecnológica acontece depois de duas sessões cansativas para Wall Street, com investidores avaliando os lucros do segundo trimestre.
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