Médico que surpreendeu paciente ao ‘reencaixar’ o ombro brinca com sucesso do procedimento: ‘Se não voltasse, mudaria meu nome’


Em atendimento, médico brincou com a situação e tentou acalmar paciente demonstrando confiança. Mas ao g1, confessou que estava apreensivo, pois havia o risco do ombro não voltar para o lugar. Médico impressiona paciente ao voltar ombro dele para o lugar
O médico ortopedista Denis Borba impressionou um homem ao voltar o ombro dele para o lugar em questão de segundos, em Goiânia. O atendimento viralizou na internet por conta da reação do paciente. Ao g1, o médico brincou com a situação e disse que tentou acalmar o paciente a todo momento, dizendo que “se o ombro não voltasse, mudaria seu nome”.
“O paciente já chegou pedindo o encaminhamento para o centro cirúrgico, porque (o ombro dele) não voltava e ele estava sofrendo muito. Nisso, disse que se eu não conseguisse voltar, mudaria de nome”, lembrou Denis.
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Mas, a calma do médico era só fachada. Ao g1, ele confessou que estava apreensivo com a situação, pois realmente havia a possibilidade de que o ombro do paciente não voltasse para o lugar apenas com técnica de movimento. Isso porque, o paciente já tinha deslocado o ombro antes e precisou ser anestesiado.
“Fiquei apreensivo, pois realmente poderia não voltar. Mas até hoje consegui resolver praticamente todos os casos dessa forma, com calma e paciência”, disse.
Segundo o médico, em situações mais graves é preciso usar anestesia e sedação para conseguir voltar o ombro do paciente para o lugar.
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Denis é goiano, tem residência em ortopedia e traumatologia. Iniciou sua sua jornada nessa área em 2015, no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), em Goiânia. Após término da residência, em 2018 continuou como ortopedista e passou a ser professor da residência de ortopedia do Hugo. Atualmente, estuda medicina regenerativa e intervenção em dor musculoesquelética, em São Paulo.
Caso viralizou
A gravação do atendimento foi dividida em duas partes. Juntas, as postagens já tem 14,3 milhões de visualizações em uma rede social. Ao g1, Denis disse que ficou feliz com a repercussão do vídeo, pois muitas pessoas elogiaram seu trabalho e passaram a procurá-lo para resolver suas próprias questões de saúde.
No vídeo, o paciente, que se apresenta como Éder, diz ao médico que deslocou o ombro após sofrer um acidente de moto. Ele tentou voltar o ombro para o lugar e não conseguiu. Por isso, achava que o caso já não tinha mais solução
Paciente: “Não volta, Dr!”
Médico: “Você acha que não volta?”
Paciente: “Se voltar vai entrar para a história. Da última vez ele não voltou”
Médico: “Quem tentou voltar ele para o lugar?”
Paciente: “Os outros”
O médico pediu para que o paciente se sentasse em uma cadeira e passou o braço com o ombro deslocado por cima do encosto. O movimento causou dor e o paciente reclamou, mas Denis foi mais rápido e segurou o braço, o pressionando para baixo.
Éder reclamou, disse que estava nervoso e não conseguiu relaxar. A equipe e o médico o incentivaram a respirar fundo, garantindo que tudo iria dar certo. Até que, em questão de segundos, em um movimento rápido e preciso, Denis encaixou ombro do paciente.
Em choque, Éder disse que sentiu o ombro voltando para o lugar certo. Ele sorriu e agradeceu ao médico, impressionado com a simplicidade do procedimento.
Paciente se impressiona com médico que o ajudou a voltar ombro para lugar, em Goiânia
Reprodução/Redes Sociais
Nos comentários, as pessoas se divertiram com a situação. “Quem aí voltou o vídeo seis vezes para ver novamente?”, perguntou um internauta.
“Como que relaxa? Até eu vendo fiquei tensa, sem respirar!”, disse outra.
Ombro deslocado: o que fazer?
O g1 também entrevistou o ortopedista membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Ombro e Cotovelo (SBCOC), Gustavo Barboza de Oliveira, para saber como é feito o procedimento de “reencaixe” e se ele pode ser feito sozinho; entenda abaixo.
Segundo o médico, 80% dos casos de deslocamento de ombro estão relacionados a pancadas, quedas ou acidentes de trânsito. Mas há também pacientes que têm mobilidade exagerada, chamada de hiper-movimentação, que acabam tendo luxações frequentes, além de pacientes vítimas de choques elétricos.
O procedimento de colocar o ombro de volta no lugar é chamado pelos ortopedistas de “redução” e é feito através de manobras específicas para cada tipo de luxação. Todas exigem conhecimentos descritos na literatura médica e exames de imagem, que vão constatar exatamente o tipo de lesão e o que deve ser feito para “reencaixar” o ombro corretamente.
Por tudo isso, Gustavo alerta que somente médicos podem fazer o procedimento de redução. Caso contrário, a lesão pode ser agravada, causando ainda mais dor no paciente, além do risco de outras complicações.
“Quadros de luxação no ombro estão relacionados, muitas vezes, a episódios traumáticos e podem existir outras lesões, como fraturas, lesões ligamentares, vasculares e neurológicas. E o fato de alguém tentar colocar o braço de outra pessoa de volta para o lugar, sem saber qual é o tipo da luxação, qual o mecanismo relacionado, e se existem outras lesões associadas, ela pode agravar o quadro dessa luxação”, orientou o médico.
É possível colocar o ombro de volta no lugar sozinho?
Ilustração mostra ombro deslocado
Reprodução/Saúde e Bem Estar
Pessoas com hiper-movimentação, segundo Gustavo, acabam desenvolvendo formas de voltar o ombro para o lugar sozinhas por conta da frequência com que os deslocamentos podem acabar acontecendo. Embora isso não seja recomendado, para esses casos específicos não é contraindicado.
“Geralmente, no primeiro episódio de luxação do ombro, a dor é muito intensa. Mas os próximos deslocamentos podem acontecer de uma maneira mais fácil. Então, começam a existir essas luxações de pequenos movimentos, ou traumas de menor intensidade, com menos dor. E o paciente consegue colocar de volta para o lugar”, explicou Gustavo.
“O que a gente tem que deixar bem claro é que outros pacientes e outras pessoas não devem, jamais, tentar colocar o braço no lugar, porque é considerado uma urgência ortopédica e tem que ser tratado em ambiente hospitalar, pelo profissional ortopedista”, alertou o médico.
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