Biólogo flagra cortejo entre casal de serpentes em Santa Luzia, PB


Vídeo gravado por herpetólogo mostra indivíduos serpente-olho-de-gato durante comportamento que precede a cópula. Fêmeas escolhem parceiros para a reprodução. Biólogo flagra cortejo entre casal de serpentes em Santa Luzia, PB
No misterioso mundo das serpentes, o cortejo e a cópula revelam comportamentos surpreendentes. Um vídeo gravado pelo herpetólogo Willianilson Pessoa mostra um macho de serpente-olho-de-gato (Leptodeira tarairiu) durante o cortejo de uma fêmea da espécie.
O registro foi feito em 10 de julho, na cidade de Santa Luzia (PB). Uma curiosidade interessante é que as fêmeas têm o poder de escolha na reprodução, podendo ou não permitir que os machos acasalem com elas.
Segundo o especialista, a resposta da fêmea ao macho, ao mover seu corpo, pode ser ambígua. Não é possível identificar claramente se ela está sinalizando receptividade ou indicando que não está pronta para a reprodução.
Indivíduos da espécie serpente-olho-de-gato foram registrados em cortejo no mês de julho
Willianilson Pessoa
Caso o acasalamento seja autorizado, o macho pareia a cloaca dele com a da fêmea e introduz o hemipênis (par de órgãos copulatórios). No entanto, não existe um tempo exato para a duração do ato. Por serem animais solitários que não vivem em grupos, após a cópula, eles não ficam juntos.
“Na natureza, se você reparar, as fêmeas geralmente não são tão bonitas quanto os machos. Elas costumam não ter muitas cores, não ter muitos atrativos, porque elas tem o poder de escolha. As fêmeas de serpentes liberam o feromônio (substância química mensageira associada à sexualidade) e optam pelos parceiros ideais para ela”, comenta Willianilson.
O herpetólogo explica que, durante o ano todo, as serpentes se reproduzem. Então, cada espécie tem um período específico, seja no verão, outono, inverno ou primavera.
“Serpentes que se alimentam de anfíbios e peixes, por exemplo, se reproduzem nos períodos em que tenham recursos para os filhotes. Então, elas tendem a não se reproduzir em períodos de seca, porque os filhotes podem morrer se não conseguirem se alimentar”, pontua Willianilson.
De acordo com o especialista, geralmente as fêmeas são maiores que os machos em termos de tamanho da cabeça, comprimento e largura.
No entanto, em algumas espécies, os machos são maiores do que as fêmeas, o que se deve à competição entre eles pela conquista das parceiras. Exemplos desses indivíduos incluem as caninanas e as cascavéis, entre outras. Isso mostra que os comportamentos podem ser diferentes a depender da espécie de serpente.
Serpentes ovíparas e vivíparas
Ovíparas: põem ovos em locais seguros, onde o embrião se desenvolve até estar pronto para sair. A mãe geralmente não cuida dos ovos após a postura;
Vivíparas: dão à luz a filhotes que se desenvolvem dentro do corpo da mãe, recebendo nutrientes diretamente dela. Nascem já formados e também não há cuidado parental.
A gestação
O período de gestação das serpentes varia de acordo com a espécie e, segundo o herpetólogo, quanto menor o porte do animal, mais rápido o nascimento dos filhotes.
As serpentes, peçonhentas ou não, são alvos frequentes de predadores (aves de rapina, mamíferos, etc). Para evitá-los, costumam se posicionar em locais estratégicos. “Durante a cópula, quando duas cobras estão entrelaçadas, elas ficam extremamente vulneráveis à predação”, explica.
No entanto, esses animais também possuem alterações de comportamento para diminuir as chances de predação, escolhendo estrategicamente o local da cópula. Esse local pode ser dentro de tronco de árvores ou outro esconderijo, onde ficam menos expostos.
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