Maranguape tem forte alta em índice de homicídio e aparece entre as mais violentas do país


Dados de mortes ocorridas em 2023 mostram um aumento de 85% na cidade em relação a 2022, conforme o Anuário Brasileiro de Segurança 2024. Ceará teve sexta maior taxa de mortes violentas no país. Quatro pessoas são assassinadas em conflito entre facções criminosas em Maranguape
Arquivo pessoal
A cidade de Maranguape, na região metropolitana de Fortaleza, está entre as 10 mais violentas do Brasil, considerando a taxa de mortes violentas intencionais nos municípios com mais de 100 mil habitantes. Os dados são de 2023 e foram publicados no Anuário Brasileiro de Segurança 2024 nesta quinta-feira (18).
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Com um aumento de 87% na taxa de mortes violentas intencionais, Maranguape ocupa o posto de nona cidade mais violenta em 2023. A taxa para este ano foi de 74,2 mortes por 100 mil habitantes. No ano anterior, esta taxa era de 40 mortes por 100 mil habitantes.
Um dos casos de violência ocorridos no município em 2023 foi a chacina no distrito Anamari, onde criminosos invadiram uma residência e mataram quatro pessoas, incluindo uma grávida.
A Secretaria da Segurança Pública do Ceará afirma que reforçou as ações para evitar crimes violentos na cidade. “Como resultado dos esforços, durante o mês de junho de 2024, os CVLIs [crimes violentos letais] reduziram 55,5% na região. Ao todo, foram quatro mortes violentas no mês de junho deste ano, contra nove crimes no mesmo período de 2023”, diz a pasta, em nota.
Para o levantamento, as mortes violentas intencionais incluem:
Homicídios dolosos
Feminicídios
Latrocínios
Lesões corporais seguidas de morte
Mortes de policiais
Mortes decorrentes de intervenções policiais
Conforme o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que organiza o levantamento, este dado é um termômetro para mensurar os níveis de violência do Brasil, apesar das diferenças entre os tipos penais de cada ocorrência.
Veja o ranking das cidades com maiores taxas de mortes violentas intencionais por 100 mil habitantes:
Santana (AP): 92,9
Camaçari (BA): 90,6
Jequié (BA): 84,4
Sorriso (MT): 77,7
Simões Filho (BA): 75,9
Feira de Santana (BA): 74,5
Juazeiro (BA): 74,4
Maranguape (CE): 74,2
Macapá (AP): 71,3
Eunápolis (BA): 70,4
A cidade de Maranguape não tinha aparecido entre as mais violentas em 2022. Em 2023, foram registradas 78 mortes violentas intencionais no município.
O crescimento da violência em Maranguape é efeito das disputas entre facções criminosas. Conforme o levantamento, o grupo Massa Carcerária estaria associado ao Primeiro Comando da Capital (PCC) para rivalizar com o controle territorial da região metropolitana de Fortaleza, exercido pelo Comando Vermelho e pela facção local Guardiões do Estado.
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Apesar de ter uma cidade no ranking com maiores taxas, o Ceará teve uma redução no número de mortes violentas. A diminuição das taxas de mortes violentas entre 2022 e 2023 foi de 0,4%.
Mesmo com redução, o Ceará é o sexto estado com maiores taxas de mortes violentas intencionais por 100 mil habitantes. Com taxa de 35,4 mortes violentas em 2023, o Ceará ficou acima da média nacional (22,8).
Confira o ranking dos estados com maiores taxas de mortes violentas intencionais por 100 mil habitantes:
Amapá: 69,9
Bahia: 46,5
Pernambuco: 40,2
Alagoas: 38,5
Amazonas: 35,6
Ceará: 35,4
Pará: 32,8
Mato Grosso: 31,7
Rio Grande do Norte: 31,6
Sergipe: 31,1
No Brasil, houve redução de 3,4% das taxas em relação a 2022. No entanto, o levantamento aponta que a situação ainda é preocupante. Uma comparação é que os resultados de 2023 mostram uma média de mortes violentas 18,8% maior do que a média regional da América Latina e Caribe.
Fortaleza está no ranking por furtos de celulares
Fortaleza aparece em ranking de cidades com maiores taxas de roubos e furtos de celulares no Brasil
Divulgação/Polícia Civil do Estado do Ceará
O estudo também apresenta as 50 cidades que tiveram maiores taxas de roubo e furto de celulares no Brasil em 2023. Estes dados também levam em conta cidades com população igual ou superior a 100 mil habitantes.
Fortaleza aparece na 21ª posição, com taxa de 1.089,3 roubos e furtos por 100 mil habitantes. Enquanto os roubos de celulares acontecem quando eles são tomados da pessoa mediante violência ou ameaça, os furtos acontecem sem que a pessoa perceba na hora.
O estudo mostra que os roubos de celulares foram mais frequentes nos dias úteis e nas vias públicas, nos horários em que as pessoas fazem os trajetos de casa para o trabalho ou escola.
Os furtos foram mais comuns nos horários entre 10h e 11h e entre 15h e 20h, também com a maioria das ocorrências em vias públicas.
Confira o ranking das cidades com maiores taxas de roubo e furto de celular:
Manaus (AM)
Teresina (PI)
São Paulo (SP)
Salvador (BA)
Lauro de Freitas (BA)
Belém (PA)
Macapá (AP)
Olinda (PE)
Ananindeua (PA)
Recife (PE)
Natal (RN)
São Luís (MA)
Itapecerica da Serra (SP)
Diadema (SP)
Cariacica (ES)
Parnamirim (RN)
Timon (MA)
Poá (SP)
Guarujá (SP)
Marituba (PA)
Fortaleza (CE)
Belo Horizonte (MG)
Serra (ES)
Camaçari (BA)
Ferraz de Vasconcelos (SP)
O levantamento mostra que, enquanto os roubos de celulares tiveram uma redução de 10% em um ano, o país teve um aumento nas taxas de estelionatos. Em 2023, o Brasil teve um golpe aplicado a cada 16 segundos.
Estupros crescem e batem recorde no Brasil, conforme Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024
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