Atuante na comunidade e ativa na luta pelos direitos da mulher: quem era a vítima de feminicídio cometido por ex-vereador no RS


Crime ocorreu em Fortaleza dos Valos. Investigação apurou que Jordana Prass Hagemann tinha medida protetiva vigente contra o ex-companheiro desde março deste ano. Polícia Civil chegou a pedir a prisão preventiva do homem, mas decisão judicial ainda não havia saído. Vítima de feminícidio no Norte do RS era engajada em pautas sociais
Arquivo Pessoal
O feminicídio de Jordana Prass Hagemann, de 33 anos, chocou a população de Fortaleza dos Valos, no Norte do RS. De acordo com a Polícia Civil, a mulher foi morta pelo ex-vereador Evandro Henrique de Campos (PSB), de 52 anos, com quem teve um relacionamento. Ele teria invadido a casa da ex-mulher, e matado a tiros e depois tirado a própria vida, segundo a investigação.
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Amigos relataram à RBS TV que Jordana era uma pessoa atuante na comunidade e integrava grupos que lutavam pelos direitos da mulher. Ela era vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Fortaleza dos Valos.
“Ativa na comunidade. Fazia parte de muitos grupos. Ela jogava bola, atuava na escola, atuou no CTG, no sindicato. Protagonismo da mulher, porque essas entidades mais rurais são predominantemente masculinas”, contou Eduarda Soares, amiga de infância da vítima.
Jordana também trabalhava em uma empresa de gastronomia. A ex-chefe a define como uma pessoa que “estava sempre sorrindo” e “destemida”.
“Ela chegava sorrindo no trabalho. Ela se sentia tranquila, ela se sentia segura do meu lado. Nós íamos para eventos longe, todo mundo olhava para ela e ela estava sempre sorrindo. Todo mundo gostava muito. Ela não tinha ruim, era destemida. Ela era uma pessoa que queria viver, voar”, afirma a empresária Rosi Stefanello.
Jordana Prass Hagemann, de 33 anos, vítima de feminicídio em Fortaleza dos Valos
Arquivo pessoal
Conforme o delegado Dieison Garcia Novroth, Jordana chegou a mandar uma mensagem para familiares avisando da aproximação do ex-marido. O pai não digeriu a dor de perder a filha.
“Ela era meu braço direito. Desde pequena. Lembro quando ela tinha nove anos, eu fiz uma cirurgia e ela tomou conta do serviço na roça. Eu estou sem chão”, diz João Severo Hagemann.
A investigação apurou que Jordana tinha medida protetiva vigente contra o ex-companheiro desde março deste ano. Em junho, ele violou a determinação, ao ameaçar a vítima de morte pelo celular. A Polícia Civil chegou a pedir a prisão preventiva do homem, mas a decisão judicial ainda não havia saído.
Segundo pessoas próximas, Evandro e Jordana ficaram juntos por cerca de 15 anos e estavam separados há oito meses. Eles tinham dois filhos, de 5 e 11 anos.
Mulher de 33 anos é morta pelo ex-companheiro em Fortaleza dos Valos
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