Autor do ataque à creche de Blumenau é condenado a 220 anos de prisão

O autor do ataque à creche particular Cantinho Bom Pastor, em Blumenau, foi condenado a 220 anos de prisão nesta quinta-feira (29), após mais de 10 horas de julgamento. A sentença foi lida no final da tarde, encerrando um caso que abalou o país em abril do ano passado, quando quatro crianças foram brutalmente assassinadas e outras cinco ficaram feridas durante o ataque.

O réu foi condenado por quatro homicídios qualificados e cinco tentativas de homicídio qualificadas. Ele não terá direito de recorrer em liberdade e permanecerá em uma unidade prisional. Durante a leitura da sentença, o Tribunal do Júri destacou o caráter “extremamente bárbaro e cruel” do crime e determinou a apreensão e destruição dos objetos utilizados nos assassinatos.

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O Julgamento

O dia foi marcado por muita emoção para as famílias das vítimas. No início da manhã, parentes se reuniram em frente ao Fórum de Blumenau, onde trocaram abraços emocionados. Paulo da Cunha, pai de Bernardo Pabst da Cunha, de 4 anos, uma das vítimas, falou com a equipe de reportagem do Portal Alexandre José: “Só quero que seja feita justiça. Estamos lutando por leis melhores, por uma segurança mais eficaz nas escolas. É muito triste tudo isso”, afirmou Paulo.

Entre as 11 testemunhas ouvidas durante o julgamento, a primeira a depor foi o delegado Rodrigo Raitez, responsável pela investigação. Ele revelou que o réu havia pesquisado sobre machados e discutido o assunto com um amigo 21 dias antes do ataque. O acusado, que era usuário de anabolizantes, cocaína e álcool, buscava ganhar fama e ser lembrado pelo crime, afirmando não se arrepender, pois alcançou seu objetivo. O delegado ainda destacou que o réu se mostrou “calmo, frio e sem apresentar nenhum tipo de remorso” durante os depoimentos.

Kátia Kruger, mãe de um dos sobreviventes de três anos, também prestou depoimento. Ela contou sobre o impacto do ataque em seu filho: “Ele estava muito assustado, mas feliz por estar com a gente. Nós também ficamos felizes por estar com ele, mas tristes pelas famílias que perderam seus filhos.” Kátia descreveu como seu filho inicialmente pensou que o ataque era uma brincadeira e como teve que passar por uma readaptação gradual para retornar à creche. “No começo, ele falava com bastante frequência sobre o que aconteceu, ele fez acompanhamento psicológico, tinha medo de voltar para a creche. Nós explicamos que o muro da creche estava maior, e ele falou que o autor ia colocar uma escada.”

Foto: MPSC/Divulgação

Jenifer Ferreira, auxiliar de classe que estava presente na creche no momento do ataque, também prestou um depoimento emocionado. Ela relatou o caos no local quando o agressor invadiu a instituição: “Eu só vi ele pulando e indo embora, e as crianças machucadas.” Jenifer ainda comentou: “A gente revive todo dia essa dor, eu continuo trabalhando lá só por conta das crianças, pelo amor delas.”

O julgamento, que foi acompanhado de perto pelas famílias e pela comunidade, encerrou com a condenação do réu,

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