“Calmo, frio e sem apresentar nenhum tipo de remorso”, diz delegado sobre autor do ataque à creche de Blumenau durante depoimento

A sessão do júri popular do autor do ataque à creche particular Cantinho Bom Pastor, em Blumenau, foi aberta na manhã desta quinta-feira (29) com a leitura das acusações contra o réu, seguido pelo sorteio dos sete jurados que farão parte do Conselho de Sentença. Após uma breve pausa para que os jurados informassem suas famílias e empregos, a fase de instrução do processo teve início.

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Detalhes do crime

O delegado Rodrigo Raitez iniciou seu depoimento apresentando os detalhes do ataque. Segundo Raitez, o réu saiu de sua residência às 8h03 de moto, visitou várias escolas e academias antes de chegar à creche Cantinho Bom Pastor por volta das 8h46. Lá, ele pulou o muro de aproximadamente 1,80m com um machadinho e atacou as crianças, golpeando-as em um intervalo de 20 segundos.

O objetivo do réu era matar cerca de 30 crianças. Ele pretendia aguardar a chegada da polícia e se matar, mas, ao ouvir gritos, se assustou e fugiu. Após o ataque, o réu quebrou o pedal da moto e dirigiu até um posto para comprar um cigarro e uma água antes de se entregar no batalhão da PM. A polícia estima que o tempo total desde que ele saiu de casa até sua entrega foi de 1h05, percorrendo cerca de 22 km.

Motivações e antecedentes

O delegado também destacou que o réu havia pesquisado sobre machados e discutido o assunto com um amigo 21 dias antes do ataque. O réu, que era usuário de anabolizantes, cocaína e álcool, pretendia ganhar fama e ser lembrado pelo crime, afirmando não se arrepender, pois alcançou seu objetivo. Ele se mostrava “calmo, frio e sem remorso” durante os depoimentos.

Foi mencionado que o réu fazia parte de grupos de seitas no Facebook e que, ao ser questionado sobre o motivo de não realizar o ataque na academia, disse que temia encontrar pessoas que pudessem oferecer risco para ele.

O julgamento

O julgamento continua com a oitiva das testemunhas. Serão ouvidas três testemunhas de defesa e seis de acusação. Após as audiências, o réu será interrogado, podendo optar por permanecer em silêncio.

À tarde, os debates entre a acusação e a defesa terão até uma hora e meia para cada parte apresentar seus argumentos. O Ministério Público terá a oportunidade de réplica, e a defesa, de tréplica, ambas com até uma hora.

A juíza se reunirá com os jurados, a acusação e a defesa para a votação dos quesitos, que são as perguntas sobre o crime que orientarão a sentença. A leitura da sentença, prevista para o final do julgamento, contará apenas com a presença dos familiares das vítimas, do réu e da imprensa.

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